A Backer divulgou uma nota na tarde desta quinta-feira afirmando que não acusou outras cervejarias por contaminação. No entanto, a empresa contratou laboratórios independentes para análises químicas e toxicológicas de rótulos próprios e de outras marcas, que teriam comprovado a presença de traços de dietilenoglicol e/ou monoetilenoglicol.
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Caso Backer: 'É de invejar quem morreu', diz mulher sobre quadro de intoxicação do maridoCaso Backer: Abracerva contesta advogado e estuda entrar na Justiça contra cervejaria Em audiência pública, parentes de vítimas de intoxicação pedem suporte da Backer ''Meu esporte agora é dar um passo'', diz vítima da Backer que deixou hospital nesta sextaJustiça dá 48 horas para Backer pagar despesas médicas de vítimas intoxicadas“Desde que surgiram as primeiras informações nas redes sociais sobre a presença de substância tóxica na cerveja Belorizontina, a Backer tem envidado todos os esforços possíveis para entender o que de fato ocorreu, uma vez que nunca usou o dietilenoglicol na fabricação de seus produtos. A empresa foi fiscalizada inúmeras vezes pelo MAPA e o emprego do etilenoglicol (como anticongelante) nunca foi questionado ou apontado como possível fator de risco de contaminação no processo cervejeiro”, diz a nota da Backer.
No texto, a empresa ainda reivindica o status de parceira nas investigações. “Dessa forma, contribuirá para acelerar o esclarecimento dos fatos, para o avanço do conhecimento tecnológico e a ampliação da segurança dos produtores e consumidores de cerveja em todo o país”, defende.
O Mapa ressalta que o caso envolvendo a contaminação por etilenoglicol e dietilenoglicol em cervejas da empresa Backer é um evento isolado e que não coloca em risco a segurança das demais cervejas nacionais, sejam elas produzidas por estabelecimentos de grande ou pequeno porte.
O Ministério coletou mais de uma centena de amostras de cervejas de diversas marcas disponíveis no mercado e até o momento foram obtidos resultados em 74 destas amostras. Todos deram resultado negativo para a presença dos contaminantes dietilenoglicol e monoetilenoglicol. “Tampouco foram detectados esses contaminantes nas matérias-primas para a produção de cerveja ou no reservatório de água que abastece a empresa”, informou o Mapa.
“Até o momento, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA/MG) analisou 315 amostras dentre cervejas produzidas pela Backer, cervejas de outras marcas, matérias-primas, insumos e resíduos de produção para detectar a presença destes contaminantes. Dessas amostras, 221 eram cervejas da Backer, sendo que em 53 amostras foi detectada a presença de pelo menos um desses contaminantes”, afirma.
De acordo com o Mapa, a Backer permanece fechada “cautelarmente até que comprove que promoveu as alterações necessárias em seu processo produtivo e equipamentos, para garantir a segurança dos produtos elaborados.”