Jornal Estado de Minas

Homem agredido com chute no metrô tem transtorno psicológico, diz testemunha

 

O caso do homem algemado que foi agredido com um chute no rosto por um segurança do metrô de BH na estação Waldomiro Lobo se tornou debate nas redes sociais nessa quinta-feira (5). Para além da revolta da população com o fato, muito se especulou sobre o que estava por trás do caso.




Nesta sexta-feira (6), o Estado de Minas conversou com uma mulher que presenciou a ocorrência. Em depoimento sigiloso, ela disse que o homem agredido sofre com uma doença mental e que uma ameaça dele ao segurança pode ter motivado a prisão.


Segundo a testemunha, dois seguranças foram até o homem e pediram para que ele os acompanhasse. Quando o trio passava próximo a uma escada da estação, um dos agentes deu um mata-leão naquele que depois se tornaria vítima.


De acordo com a passageira, o homem foi arrastado até um ponto isolado da plataforma e algemado pelo agente ferroviário, que, segundo ela, “fez o seu trabalho da maneira correta”. Contudo, momentos depois, a cena vista no vídeo aconteceu: um dos seguranças dá um chute no rosto da vítima.




Novamente conforme relatos da testemunha, o homem teve sua dentadura quebrada e foi levado a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) próxima à estação. Lá, segundo a passageira, a equipe médica informou que a vítima toma remédios controlados e tem transtornos psicológicos.


Ainda de acordo com a mulher, o agredido mora embaixo do viaduto do Minas Shopping e carregava consigo os remédios controlados e uma credencial para vender mercadorias no carnaval de BH.


Da UPA, a testemunha continuou acompanhando o caso na delegacia. “Os policiais prestaram corretamente o serviço, e o guarda que cometeu agressão disse ter sofrido uma ameaça do homem. Afirmou também que ele pedia esmola e falava coisas obscenas no metrô. E que foi a ameaça que desencadeou o momento de raiva”, disse a mulher à reportagem.


 

Outro lado

 

 

 

Em nota, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos esclareceu que “repudia todo e qualquer ato de violência” e que “a Superintendência de Trens Urbanos de Belo Horizonte já determinou o imediato afastamento do profissional de segurança de suas funções”.


Também disse que “não admite e não compactua com nenhum desvio de conduta e, tão logo tomou conhecimento das imagens, determinou de pronto a instauração de processo administrativo junto à Corregedoria Regional da CBTU para a adoção das medidas cabíveis”.

 

Segundo a CBTU, novas medidas serão tomadas após o registro da ocorrência na Central de Flagrantes 1, localizada no Bairro Floresta, Região Leste de BH.

 

Destacou, ainda, que “permanecerá à disposição para contribuir com a investigação dos fatos”.