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Estado de Minas MÁFIA DOS CAÇA-NÍQUEIS

Policiais blindavam quadrilha

Operação Hexagrama, do MP e corregedorias, resulta na prisão de 14 envolvidos com bando que explorava jogos. Militares faziam segurança e agentes da Civil atuavam nos bastidores


postado em 07/03/2020 04:00 / atualizado em 06/03/2020 22:06

Hexagrama identificava máquinas controladas pelo bando, que movimentava R$ 80 mil por dia, segundo a polícia. Chefe do grupo foi preso no Bairro Vila da Serra(foto: Reprodução da internet )
Hexagrama identificava máquinas controladas pelo bando, que movimentava R$ 80 mil por dia, segundo a polícia. Chefe do grupo foi preso no Bairro Vila da Serra (foto: Reprodução da internet )

Quatorze pessoas foram presas ontem na chamada Operação Hexagrama, sob suspeita de integrar uma organização criminosa que explorava jogos de azar em Belo Horizonte e região metropolitana. Entre os suspeitos estão dois policiais civis e cinco policiais militares. Autoridades acreditam que a organização movimentasse cerca de R$ 80 mil por dia com caça-níqueis.
 
Segundo a Polícia Civil, as máquinas controladas pelo grupo ficavam espalhados por 60 pontos. Os caça-níqueis funcionavam em bares e restaurantes de Belo Horizonte, Contagem, Ribeirão das Neves e Nova Lima, todas cidades da Grande BH, e Sete Lagoas, na Região Central.
A operação deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais e pelas corregedorias da Polícia Civil e da Polícia Militar foi batizada em referência ao hexagrama que identificava as máquinas controladas pela quadrilha. Na manhã de ontem, foi preso o homem suspeito de liderar a organização criminosa. Ele foi detido em casa, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Região Metropolitana de BH. Com ele, foram apreendidos R$ 15 mil e uma arma de fogo.
 
Na casa do suspeito também foram encontrados R$ 60 mil, além de drogas sintéticas, como ecstasy, LSD e cocaína, de acordo com policiais. O homem se identifica como empresário. O nome não foi divulgado, mas ele é conhecido como Danone.
 
Pelo menos cinco policiais militares trabalhavam para o chefe do grupo, agindo como segurança armada da quadrilha. Outros dois civis também são suspeitos de integrar o bando. “Um dos policiais civis era sogro do líder da organização e fazia pesquisas sobre eventuais investigações e procedimentos em curso contra o chefe, criando uma certa proteção”, disse, o promotor do Ministério Público Fabrício Fonseca Pinto.
 
“Ele usava do seu cargo para ter acesso aos Reds (Registros de Evento de Defesa Social), operações da polícia e, assim, municiava o grupo, prevenido-o e blindando-o de ações policiais”, complementou. O outro policial, que era vereador de Ribeirão das Neves e fazia papel de gerente da quadrilha.
 
Um outro gerente do bando, que não é policial, tentou fugir e foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-040, na altura de Congonhas, na Região Central do estado. Com ele foram encontrados R$ 17 mil.
 
De acordo com o promotor, as investigações começaram há seis meses e a suspeita é de que a organização já atuasse há mais de um ano. Esta semana, um homem foi assassinado no Bairro Saudade, na Região Leste, em crime que se suspeita ter conexão com o bando, o que motivou que a operação ocorresse ontem. “O homicídio a gente acredita que esteja ligado a negócios dessa organização criminosa, possivelmente por não pagamento”, afirmou o promotor.
 
Os policiais civis presos estão em uma casa de custódia e os militares foram detidos em quartéis da corporação. Eles podem responder por lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e exploração de jogos de azar, além de homicídio e tentativa de homicídio. 


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