A Polícia Civil retomou, na manhã desta terça-feira (10), os trabalhos periciais na cervejaria Backer, investigada no caso de contaminação por monoetilenoglicol e dietilenoglicol de, pelo menos, 38 pessoas em Minas. Ao todo, sete pessoas morreram intoxicadas pelas substâncias tóxicas presente em rótulos da marca. Ainda nesta terça, os investigadores ouviram mais duas vítimas na 4ª Delegacia da Polícia Civil, no Barreiro, em BH.
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Caso Backer: morre sétimo paciente por intoxicação por dietilenoglicolJustiça aceita recurso e reduz bloqueio de bens da Cervejaria Backer para R$ 5 milhões''A Backer quer levar todo o setor para a mesma vala'', diz vice-presidente de sindicato das bebidasCaso Backer: Justiça aumenta bloqueio de bens da Backer para R$ 50 milhõesCaso Backer: polícia investiga mais duas mortes por contaminação e fará nova perícia nesta sextaFundos de investimento vão à Justiça para cobrar falência da BackerInicialmente, a fase de higienização de tanque da Backer para retirada de resíduos de cerveja e produtos químicos estava prevista para durar somente um dia. No entanto, ao longo do procedimento, os policiais encontraram dificuldades e acabaram adiando o processo.
“Esvaziamos os tanques e realizamos uma primeira limpeza padrão, como se lá tivesse somente a cerveja, mas não foi suficiente para limpar. São necessárias produtos específicos para a retirada de mono e dietilenoglicol”, explicou o delegado Flávio Grossi, da 4ª Delegacia de Polícia Barreiro, na época.
A etapa é a primeira de procedimento conduzido pela Polícia Civil nas dependências da fábrica, localizada no Bairro Olhos D'Água, para verificar se há rachadura, furo, trinca ou porosidade no tanque de cerveja que expliquem como a bebida foi contaminada por mono e dietilenoglicol, provocando a intoxicação de consumidores.
Sétima morte
Na noite do último domingo, foi registrada a morte de mais uma vítima de intoxicação por cervejas da Backer. Ronaldo Vitor Santos, de 49 anos, estava internado em um hospital particular localizado no Barreiro, em Belo Horizonte, desde janeiro, quando se tornaram públicos os primeiros casos de contaminação pela ingestão dos produtos produzidos pela marca mineira.
O corpo dele chegou ao Instituto Médico-Legal na manhã de segunda, passou por necrópsia e foi liberado no fim da tarde.
E o número de vítimas ainda pode crescer. Em coletiva de imprensa na última sexta, o superintendente da Polícia Técnico-Científica Thales Bittencourt disse que a janela de investigação dos casos suspeitos foi ampliada até janeiro de 2018. Essa modificação fez com que a polícia incluísse mais quatro investigações no inquérito, o que fez o número de diagnósticos sob suspeição aumentar de 34 para 38.
São pessoas que apresentaram os sintomas da intoxicação exógena há mais de um ano. Em caso de aumento das vítimas, cada prejudicado teria direito a uma fatia ainda menor do bolo das indenizações. Cerca de 50 pessoas já foram ouvidas no inquérito, incluindo parentes das vítimas e funcionários da cervejaria.
(Com informações de Gabriel Ronan e Márcia Maria Cruz)
*Estagiário sob supervisão