Há 23 anos, moradores da Avenida Cachoeirinha, no Bairro Homônimo, localizado na Região Nordeste de Belo Horizonte, convivem com o lixo e o entulho descartados em ponto clandestino de deposição de resíduos – popularmente conhecido como bota-fora. Ao longo do tempo, várias medidas foram implementadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para coibir o descarte irregular no local, ações que surtiram pouco ou nenhum efeito. Por isso, a estratégia mudou e agora conta com um reforço de alunos da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Pacajá.
Como a instalação de um Ponto Limpo, com placas que proíbem o descarte, a fiscalização do local e o desenvolvimento de trabalhos de conscientização porta a porta não funcionaram nesse local, cerca de 50 crianças, com idades entre 5 a 6 anos, foram orientadas sobre a importância da limpeza e do descarte correto de resíduos.
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De acordo com a SLU, o combate aos pontos de descarte clandestinos de resíduos tem surtido resultados ao longo dos anos. A partir de 2017, quando houve um reforço das ações de conscientização, o número de locais de despejo de lixo caiu de 880, naquele ano, para 560 em 2019. Uma diminuição de 33%.
Apesar de os números indicarem melhorias, alguns locais ainda convivem com o problema de forma recorrente. “A gente faz blitz com as pessoas que depositam o lixo e elas são autuadas, mas percebemos que a ação fiscal não estava surtindo o resultado esperado, então surgiu a ideia junto com a SLU de promover um trabalho de integração com vários setores da comunidade, de forma a fazer uma mobilização no bairro”, disse Leonardo de Freitas, Diretor de Fiscalização da Regional Nordeste.
Atualmente, mais de 115 pontos limpos foram implantados na capital. Assim como no Bairro Cachoeirinha, esses locais passam por uma revitalização, com pinturas de muros, plantio de hortas e recuperação de canteiros, por exemplo. Quem faz o descarte de resíduos em locais irregulares está sujeito a ser notificado e, em caso de reincidência, multado. A multa varia de R$ 200 a R$ 2.335,50. *Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho