Jornal Estado de Minas

Covid-19

'Meu mundo atual se restringe ao meu quarto e ao banheiro', conta mineira com coronavírus

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Isolamento total. Essa é a rotina da primeira paciente a testar positivo para a doença no estado, uma moradora de Divinópolis, na Região Centro-Oeste, que passou pela Itália antes de adoecer. De 47 anos, ela revela ao Estado de Minas que sua rotina mudou completamente desde o diagnóstico. “Meu mundo atual se restringe ao meu quarto e banheiro. Preciso preservar todos e contribuir para que o vírus não se espalhe”, resume. Nessa quinta-feira, exames confirmaram que outra paciente está com coronavírus. Como a primeira, ela também está em isolamento domiciliar.


 
O novo caso confirmado é de uma paciente de 38 anos, residente em Ipatinga, com histórico de viagem para Israel em 20 de fevereiro. Segundo boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES), ela retornou ao Brasil no dia 29, quando se iniciaram os sintomas: tosse e febre, com evolução para dor de garganta. No dia 4, foi realizada coleta de material e envio para a Funed. O resultado positivo para coronavírus saiu ontem e é o segundo em Minas Gerais, que ainda investiga 289 notificações da doença, depois de descartar outras 22, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde.

A primeira paciente a testar positivo para a doença chegou da Itália em 2 de março e fez o exame três dias depois. O resultado positivo para o vírus Sars-CoV-2 foi homologado no dia 8. Desde que desembarcou no Brasil com o marido e os dois filhos, ela e a família estão em isolamento domiciliar. “Não temos nenhum contato físico”, revela. A paciente comparou os sintomas do coronavírus, doença oficialmente denominada COVID-19, a uma gripe comum e afirmou que está se recuperando bem. “Sinto-me melhor a cada dia, como em outros ciclos de gripe que já tive e espero que assim continue até que eu esteja totalmente recuperada”, disse.

Tranquilidade


A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o COVID-19 na quarta-feira, dia 11. Para a paciente, a preocupação não é apenas com o vírus. “O que me assusta não é o vírus e sim a perda da razão e a onda de medo que toda a sociedade está vivendo neste momento”, comenta. Para ela, é necessário tranquilidade para contornar a situação.


“Meu sentimento é que o medo e a falta de informação diante de um fato novo estão levando o mundo a um pânico generalizado que, infelizmente, vai trazer grandes consequências. Já tivemos surtos de outras doenças que estatisticamente mataram mais, mas o coronavírus é o assunto do momento e teremos que ter tranquilidade para passar este período”, comenta.

A paciente diz que o papel da mídia é fundamental para esclarecimentos sobre a doença e orientação da população. “A população recebe das mídias muitas informações, mas nem sempre consegue processá-las. As mídias podem ajudar esclarecendo a verdade sobre os fatos e orientando a população como agir em crises como essa. A ignorância leva as pessoas a atitudes impensadas e preconceituosas”, afirma.

Ela recomenda a população a seguir as orientações do Ministério da Saúde e evitar fake news. “Se cada um fizer a sua parte bloquearemos a transmissão do vírus. Se a pessoa que gripar ficar em casa até sarar, ela interrompe a propagação da gripe, seja pelo coronavírus ou outra. Vamos deixar os hospitais e os leitos hospitalares para quem necessita”, defende. Em Divinópolis, há outros cinco casos suspeitos em investigação. *Amanda Quintiliano, especial para o EM