Isolamento total. Essa é a rotina da primeira paciente a testar positivo para a doença no estado, uma moradora de Divinópolis, na Região Centro-Oeste, que passou pela Itália antes de adoecer. De 47 anos, ela revela ao Estado de Minas que sua rotina mudou completamente desde o diagnóstico. “Meu mundo atual se restringe ao meu quarto e banheiro. Preciso preservar todos e contribuir para que o vírus não se espalhe”, resume. Nessa quinta-feira, exames confirmaram que outra paciente está com coronavírus. Como a primeira, ela também está em isolamento domiciliar.
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Tranquilidade
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia para o COVID-19 na quarta-feira, dia 11. Para a paciente, a preocupação não é apenas com o vírus. “O que me assusta não é o vírus e sim a perda da razão e a onda de medo que toda a sociedade está vivendo neste momento”, comenta. Para ela, é necessário tranquilidade para contornar a situação.
“Meu sentimento é que o medo e a falta de informação diante de um fato novo estão levando o mundo a um pânico generalizado que, infelizmente, vai trazer grandes consequências. Já tivemos surtos de outras doenças que estatisticamente mataram mais, mas o coronavírus é o assunto do momento e teremos que ter tranquilidade para passar este período”, comenta.
A paciente diz que o papel da mídia é fundamental para esclarecimentos sobre a doença e orientação da população. “A população recebe das mídias muitas informações, mas nem sempre consegue processá-las. As mídias podem ajudar esclarecendo a verdade sobre os fatos e orientando a população como agir em crises como essa. A ignorância leva as pessoas a atitudes impensadas e preconceituosas”, afirma.
Ela recomenda a população a seguir as orientações do Ministério da Saúde e evitar fake news. “Se cada um fizer a sua parte bloquearemos a transmissão do vírus. Se a pessoa que gripar ficar em casa até sarar, ela interrompe a propagação da gripe, seja pelo coronavírus ou outra. Vamos deixar os hospitais e os leitos hospitalares para quem necessita”, defende. Em Divinópolis, há outros cinco casos suspeitos em investigação. *Amanda Quintiliano, especial para o EM