Em entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira (13) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), sem a presença do secretário Carlos Eduardo Amaral, a diretora de vigilância e agravos transmissíveis, Janaína Almeida, afirmou que o governo trabalha com o pior cenário para enfrentamento do coronavírus. "Já existem dois casos confirmados por aqui. Além disso, a OMS já classificou o surto global como pandemia", justificou a dirigente.
A SES, no entanto, diz que ainda não tem uma projeção de quantas pessoas podem se infectar com o novo vírus no estado. Em São Paulo, a previsão das autoridades de saúde é de 460 mil casos de contaminação pelo Covid-19.
Em que pese a ausência desses cálculos em Minas, o subsecretário de políticas e ações de saúde, Marcílio Dias, informou que o governo mobilizou esforços para a liberação de leitos de UTI para atender os atingidos pela doença. Nos casos em que há necessidade de hospitalização, o período de internação é de aproximadamente 23 dias, o que pode levar ao colapso do sistema de saúde.
Dos 2795 leitos mineiros do Sistema Único de Saúde (SUS), informa a SES, apenas 27% estão vazios, o que representa apenas 754 leitos disponíveis para todo o estado. Uma das providências anunciadas para liberar mais vagas é o adiamento das cirurgias eletivas, além do estreitamento de parcerias com a rede privada de saúde. O governo também disse que pretende investir na compra de mais kits de CTI.
Na seara da prevenção, a principal medida citada pela SES é antecipação da vacinação contra a gripe - estratégia anunciada pelo Governo Federal em 27 de fevereiro. O início da imunização em massa está previsto para 23 de março, com foco em idosos e profissionais de saúde. A vacina não protege do Covid-19 e sim contra tipos de influenza (família a qual pertence o H1N1, por exemplo). A antecipação da campanha, no entanto, ajuda os profissionais de saúde a diagnosticar – por eliminação – eventuais casos da doença.
"Chamamento"
O secretário de Saúde Carlos Eduardo Amaral participou de uma reunião nesta sexta-feira, em Montes Claros, com diretores de hospitais que atendem pelo SUS na região. Ele aproveitou a oportunidade para fazer um "chamamento" aos hospitais das cidades com mais de 100 mil habitantes para que possam informar se há leitos e unidades de terapia intensiva (UTI) que também possam ser destinadas ao tratamento de coronavírus.
O secretário também admitiu que o plano de combate ao coronavirus poderá adiar as cirurgias eletivas. Ele também esclareceu que a decretação do estado de emergência foi utilizado para facilitar procedimentos burocráticos em relação ao coronavírus, em especial para a obtenção de materiais, como máscaras, que estão em falta no mercado.
Ele acrescentou que o estado também pretende comprar respiradores, mas não citou qual seria a quantidade. Segundo o secretário, o pico do coronavírus no país ainda deve durar durar em torno de quatro meses.
Ele acrescentou que o estado também pretende comprar respiradores, mas não citou qual seria a quantidade. Segundo o secretário, o pico do coronavírus no país ainda deve durar durar em torno de quatro meses.
Casos de coronavírus em Minas
A primeira mineira infectada pelo novo coronavírus é Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas. A mulher de 47 anos, que viajou à Itália, voltou ao estado em 2 de março, está em isolamento domiciliar.
A segunda contaminada é uma mulher de Ipatinga, no Vale do Aço. A paciente de 38 anos, que chegou de uma excursão em Israel no dia 29 de fevereiro, também está em isolamento domiciliar. A quarentena termina nesta sexta-feira (13).