O prefeito de Divinópolis, região Centro-Oeste, Galileu Machado (MDB) decretou, nesta segunda-feira (16), situação de emergência por causa do novo coronavírus. Na cidade, até o momento, um caso foi confirmado da doença, 11 estão em investigação e três foram descartados, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).
Paralelo ao decreto, um pacote de medidas foi anunciado para o enfretamento do Covid-19 pelo secretário da pasta, Amarildo de Sousa. O decreto 13.724 será publicado no Diário Oficial dos Municípios desta terça-feira (17), junto com outro que instituiu o comitê.
Dentre as ações, está a suspensão parcial das cirurgias eletivas, a partir do dia 23 de março, nas unidades credenciadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Elas irão passar por regulação onde os médicos irão observar a necessidade do procedimento cirúrgico ou do leito para o coronavírus. Dependendo da gravidade desta cirurgia ela poderá ser realizada”, explica o secretário. A medida é válida por tempo indeterminado.
As aulas nas redes pública e particular serão suspensas a partir de quarta-feira (18) por 20 dias. A regra também será aplicada à rede estadual, independentementeda decisão do governo do Estado.
O decreto estabelece ainda a suspensão, por 20 dias, de shows, eventos culturais e religiosos, catequeses e escolas dominicais, funcionamento de casas noturnas, academias, clubes sociais, bibliotecas e museus.
Foram suspensas as reuniões de todos os conselhos e o acesso ao gabinete do prefeito foi restrito. Os servidores municiais assistenciais da saúde não poderão tirar férias entre abril e maio. Aqueles com mais de 65 anos estão dispensados das atividades. Os que estiveram em regiões de risco de infecção comunitária, como São Paulo e Rio de Janeiro terão que ficar sete dias em isolamento domiciliar.
O decreto tem força de lei. Entretanto, nenhuma penalidade foi estabelecida para quem descumprir, por exemplo, academias e organizadores de eventos. “A gente conta muito com o bom senso. Não instituímos penalidades. Acho que a penalidade é a própria contaminação da população”, declarou Sousa.
Orientações
Como medidas complementares a Semusa orienta a população a utilizar o elevador com apenas três pessoas e a evitar locais com mais de 10, sejam bares, restaurantes ou festas particulares. “A medida em que a gente reduz a circulação de pessoas, com todas essas medidas que estamos tomando, diminuímos a proliferação do vírus eo número de casos em um intervalo muito curto”, explicada a coordenadora de Vigilância em Saúde, Janice Soares.Com o decreto, o governo espera evitar o colapso do sistema de saúde. “Do ponto de vista coletivo, o vírus é uma catástrofe, porque são várias pessoas se contaminando, muita gente vai procurar o serviço de saúde porque terá dúvida e isso pode gerar o colapso no serviço. Quem realmente precisar, pode ser que não tenha acesso por estarem cheios”, afirma. A orientação é para “isolamento social”.