A chegada do coronavírus desequilibra a balança de estoque de sangue em Minas Gerais. Em uma semana, a Fundação Hemominas já sente os reflexos do novo vírus que saiu da China e espalhou pelo mundo. Com o aumento do número de casos, os doadores estão ficando em casa sem sair até para fazer a boa ação. Até ontem, a Fundação registrou queda de 40% de voluntários nos hemocentros em relação à semana passada. O estoque de sangue O positivo é crítico e outros cinco tipos estão em estado de alerta: O negativo, A positivo e negativo, B negativo e AB negativo.
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“A gente faz o apelo. Queremos que a pessoa tenha tranquilidade para comparecer para termos um estoque seguro para atender a demanda das patologias”, informou Viviane, que ressalta que o ambiente de doação é saudável. “A Fundação Hemominas reafirma garantir as normas para gerenciar o fluxo de atendimento, evitar o fluxo de pessoas”, disse. A coleta de sangue é feita em 20 cidades do estado. Para mais informações e agendamento, ligue 155 opção 1, ou acesse o site www.hemominas.mg.gov.br.
De férias e preocupada com o cenário atual dos estoques de sangue, Vanuza Pereira Ramos, de 32 anos, compareceu ontem ao hemocentro na Alameda Ezequiel Dias, Bairro Santa Efigênia, Região Leste de Belo Horizonte. “Estava assistindo ao jornal e o povo está pedindo, porque o nível estava baixo, as cirurgias sendo canceladas. Acho importante fazer esse tipo de ação, tem muita gente precisando”, contou a doadora. Durante o trajeto até o Hemominas, a técnica em radiologia preferiu evitar contato com outras pessoas por causa do coronavírus e elogiou o atendimento no local, que durou em torno de uma hora. “Foi muito tranquilo. Só havia duas pessoas na recepção e muito álcool gel à disposição”.
Filipe Machado Neme, de 28, é doador há 10 anos. Policial militar e sem opção de ficar em casa, ele preferiu não desmarcar o agendamento feito desde a semana passada. “A gente sabe que a pessoa mais saudável tem menos chance de ter complicações com o coronavírus. Já que vou continuar trabalhando normalmente e me expondo, também decidi me expor para ajudar as pessoas”, afirmou. O voluntário disse que notou o hemocentro vazio. “Em janeiro estava bem mais cheio”, afirmou.