Aulas e eventos cancelados, pessoas trabalhando em home office. O novo corona vírus já altera a rotina dos belo-horizontinos e o impacto dessa mudança começa a ser visto em restaurantes da capital. Em meio as incertezas acerca da propagação da doença, muitos têm preferido evitar aglomerações e espaços fechados. Com isso, estabelecimentos que até
semana passada estavam abarrotados de clientes, nesta semana sofrem com o sumiço do público.
semana passada estavam abarrotados de clientes, nesta semana sofrem com o sumiço do público.
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Mesmo preocupado com o aluguel que paga pelo imóvel onde o restaurante funciona, o empresário decidiu parar o serviço nos próximos dias. ‘Vou funcionar até hoje (quarta), depois vamos fechar e não sei quando vamos ter segurança para voltar”. Segundo ele, colegas donos de restaurante estão optando por dar férias coletivas aos funcionários. “Não acho justo. A gente tira férias para passear e viajar, não para ficar em casa de quarentena,” disse.
A decisão difícil de fechar as portas por tempo indeterminado partiu do receio quanto a segurança das pessoas que frequentam e trabalham há anos no restaurante. Filipe conta que como se trata de um estabelecimento muito tradicional, tanto clientes que frequentam o local há muitos anos quanto funcionários antigos da casa, já têm idade avançada e fazem parte do grupo de risco.
“Prefiro fechar minhas portas para deixar de ser um local de risco de contágio do que ficar postergando. Muita gente mais velha ainda está saindo de casa. Hoje mesmo uma senhora me disse no almoço que a filha dela não podia nem sonhar que ela estava aqui. Também tem a minha mãe que é idosa, não quero acabar perdendo gente da família, funcionários meus, então prefiro assumir esse prejuízo. “
Para Catarina das Graças, fechar o João Rosa é uma opção, mas ainda sem previsão. Por enquanto, ela optou por redobrar os cuidados com a limpeza do restaurante. “Sempre teve álcool gel, agora eu aumentei a quantidade, antes eram três e eu passei para seis e coloquei avisos para os clientes usarem o produto. Além disso, estamos retirando os forros para higienizar as mesas entre um cliente e outro, e o guardanapo agora vai ser de papel em embalagem individual, explicou. Ela acredita que o movimento deve cair ainda mais nos próximos dias. Questionada sobre os gastos e perdas financeiras a empresária concluiu “Não sendo prejuízo de saúde a gente resolve.”
*Estagiária sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira