Diante da possibildiade de queda de até 40% no setor do comércio e prestação de serviços, a entidade enviou ofício com sugestões para o presidente Jair Bolsonaro, para governador Romeu Zema e para o prefeito Alexandre Kalil. "São sugestões para minizar os impactos negativos neste momento", informou. O setor movimenta cerca de R$ 1,7 bilhão por mês. "É um impacto grande. Essa movimentação tende a cair, mas ainda não tem como mensurar", diz
A orientação é para que os lojistas liberem os trabalhadores que estão no grupo de risco - pessoas com idade superior a 60 anos, portadores de doenças crônicas e com imunidade baixa - para que fiquem em casa. "Que o trabalhador possa ajudar o movimento da loja, mas em casa." Os lojistas também foram orientados a colocar álcool gel e lenço de papel nos estabelecimentos para o uso dos clientes. As máquinas de crédito e débito devem ser limpas com frequência.
Também há orientações para evitar o contato das pessoas, embora ainda não haja orientação para o fechamento em massa dos comércios. "Devem evitar o contato próximo muito forte. Não deixar aglomerar pessoas dentro da loja. Se estiver vendo as pessoas entrando, pedir para esperar. Nesses momentos, essas ações são muito necessárias", reforçou.
A campanha conta com 100 pessoas para fazer a entrega de panfletos e cartazes em toda a capital. O presidente informa que são 31 centros comerciais em BH e um em Nova Lima, na divisa com a capital, e 5 mil estabelecimentos comerciais. "Não vamos entregar os panfletos um a um. Vamos deixar nos estabelecimentos comerciais os cartazes com essas dicas. Estamos vendo muita gente não acreditando na disseminação do vírus e essas dicas preventivas são fundamentais para que a gente tenha a população bem protegida", diz.
O presidente da CDL-BH, porém, não descarta a possibilidade de fechamento dos estabelecimentos comerciais diante do aumento da transmissão do Covid-19. "Existe essa possibilidade se tiver aumento forte da contaminação. Estamos orientando: o comércio que tem condições de diminuir o horário de funcionamento, o faça", diz. Nos centros comerciais e shoppings, ele diz que haverá redução do horário de funcionamento. "Nesses locais, além dos consumidores que podem ir, temos muita gente trabalhando nesses ambientes."
Redução atividade econômica
Outra preocupação em relação ao avanço do coronavírus é a redução das atividades econômicas. "Toda a cadeia tem que contribuir. O lojista fechando a loja, deixando de ter receita, mas o proprietário de shoppings e que alugam imóveis também devem entender que é um momento diferenciado e devem ajudar nesse pagamento, com um valor proporcional ou permitido o parcelamento desse aluguel nos meses que vão ser impactados", diz.
A prestação de serviços e o comércio são das mais importantes fontes de geração de receita para a capital mineira. Há projeção de queda de até 40% nessa movimentação. "Neste momento, estamos vendo os bens de primeira necessidade muito procurados, um volume grande venda em supermercados, mercados e drogarias. Mas a gente está medindo isso ainda. Mas o impacto é forte, impacta toda a cadeia."Ele lembra que pode ter menor recolhimento de impostos, o que pode desencadear desemprego.
O proprietário do tradicional Café Nice, na Praça Sete, Tadeu Caldeira está preocupado com o avanço da doença. "É preocupante. Está afetando todos nós. Temos que precaver", afirma. Ele colocou álcool em gel no balcão para o uso dos clientes. "Se todo mundo for fechar tem que fechar também", diz. A gerente do Centro Visão, Andreza Mendes, também está ampliando os cuidados para evitar o avanço. "Estamos usando o álcool em gel. Os funcionários fazem a assepsia dos produtos, que a gente usa nas lojas", diz. Quando necessário, está sendo oferecido o atendimento do cliente em casa.