Como se não bastasse o contágio rápido do coronavírus em todo o Brasil, Belo Horizonte enfrenta outro drama específico no campo da saúde. Na semana passada, foram registrados oito casos de caxumba na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no curso de direito, noturno, e mais três em uma faculdade de medicina particular na região metropolitana. Outros casos de infecção estão sendo monitorados pela Secretaria de Saúde Municipal.
Na UFMG, seis alunos e dois professores do curso de direito foram afetados pelo vírus. Na semana passada, alguns professores optaram por suspender as aulas para preservar a saúde dos alunos e evitar a propagação da doença.
Eduarda Lima, de 20 anos, aluna do 7º período, foi uma das estudantes infectadas pela caxumba. Ela afirmou que estudantes, professores e a direção da faculdade foram informados quanto ao risco de um possível surto na unidade de ensino.
"Como eu informei todos da sala sobre a possibilidade de alguém ter sido infectado durante o período de incubação e essa pessoa poderia transmitir o vírus livremente, nós decidimos que seria melhor avisar os professores antes mesmo de qualquer manifestação da faculdade. Para, assim, evitarmos o contágio”, afirmou.
“Os professores foram bastante receptivos e concordaram com a necessidade de cancelarmos as aulas. Ainda mais em contexto de pandemia, em que não se sabe a gravidade que se enfrentaria por duas contaminações ao mesmo tempo", completou a estudante.
O professor e médico infectologista da UFMG Dirceu Greco, alerta para o risco de o quadro se tornar mais grave caso não ocorram medidas preventivas.“Se a população for muito afetada, o quadro evolui para uma epidemia e posteriormente para uma pandemia”, avaliou.
Sintomas
De acordo com o médico infectologista Dirceu Greco, os sintomas se espelham em uma infecção gripal. “Os sintomas variam caso a caso. Em algumas pessoas eles se manifestam com menos intensidade, em outras, não. Os pacientes atingidos pela caxumba apresentam inchaço das glândulas salivares, febre, dores no corpo, manchas vermelhas próximo da boca, dor de cabeça, perda de apetite e dor ao mastigar ou engolir”, detalhou.
*Estagiário sob surpervisão do subeditor Eduardo Murta