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Estado de Minas COVID-19

PM vigia empresas de insumos médicos

Guarnições com um praça e um oficial irão checar e registrar a saída de materiais como máscaras e luvas de 11 fábricas na Grande BH. Objetivo é garantir o fluxo e evitar saques


postado em 19/03/2020 04:00 / atualizado em 18/03/2020 23:36

Viatura da PM de prontidão na porta de fábrica de insumos hospitalares, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de BH(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Viatura da PM de prontidão na porta de fábrica de insumos hospitalares, no Bairro Santa Efigênia, Região Leste de BH (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) designou viaturas com policiais para a porta de 11 empresas de distribuição de insumos médicos de proteção individual contra a pandemia da COVID-19, como máscaras, luvas e aventais. É o que diz o “Memorando nº 30.067.2/2020 – EMPM”, assinado ontem pelo coronel Marcelos Fernandes, chefe do Estado-Maior da corporação e ao qual a reportagem do Estado de Minas teve acesso.

Segundo o governo de Minas, “a Polícia Militar de Minas Gerais foi demandada pela Secretaria de Saúde para que a apoiasse na fiscalização de uma série de produtos e equipamentos utilizados por agentes de saúde, além de outros profissionais que lidam diretamente na contenção do coronavírus”. As medidas, ainda segundo o governo estadual, “são preventivas para que não haja qualquer desvirtuamento de tais materiais, inclusive com a possibilidade legal de requisitar, se for o caso, determinado equipamento ou produto para que os trabalhos de prevenção e contenção continuem em sua plenitude”.

“As ações são coordenadas e colegiadas pelas instituições envolvidas, devidamente previstas e mediadas com os segmentos privados existentes no território mineiro”, finaliza nota da assessoria de imprensa do governo.

 Pelo memorando do Estado-Maior da PMMG, desde ontem a corporação terá que “manter uma Viatura Policial (VP) fixa em ponto-base (em regime 24/7) na porta das empresas, constantes no Anexo Único, até deliberação em contrário do Chefe do Estado-Maior, até o rendimento da tropa do Batalhão Metrópole”.

O veículo policial e o contingente, que será de um oficial e um praça por viatura, terá atribuições ativas, segundo o memorando. “A VP em ponto-base deverá fiscalizar todos os veículos que saírem da empresa, efetuando a conferência da nota fiscal com a carga expedida, analisando se entre os itens despachados encontra-se algum dos materiais descritos no Anexo Único”.

Caso estejam presentes na carga alguns dos componentes descritos no Anexo Único, o comandante da guarnição policial deverá “registrar o quantitativo de material encontrado e dados da nota fiscal. A cópia da nota fiscal deverá ser anexada e enviada, por meio eletrônico, para o coordenador do Centro de Operações Policiais Militar (Copom). O registro deverá ser assinalado com a natureza Cobertura Policial à Secretaria de Estado de Saúde”, sendo destinado ao secretário de Estado de Saúde.

O material previsto como alvo do memorando do Estado-Maior da PMMG são 99.158 protetores faciais numa fábrica de Vespasiano, na Grande BH; 342.358 máscaras cirúrgicas descartáveis numa empresa do Bairro Santa Efigênia (Região Leste de BH); 324.404 aventais cirúrgicos no mesmo endereço do Bairro Santa Efigênia; 192.400 luvas descartáveis em endereços de empresas de Contagem (Grande BH), Santa Efigênia (Região Leste de BH) e Céu Azul (Venda Nova); 300 mil luvas de látex em Contagem (Grande BH); 192.400 luvas descartáveis em endereços de Contagem (Grande BH), Floramar (Venda Nova) e Céu Azul (Venda Nova).

Corrida também às farmácias


Pedro Lovisi*

Enquanto pessoas correm aos supermercados para garantir estoques de alimentos e mercadorias de limpeza, há aqueles que vão em busca de farmácias para aumentar, na medida do possível, a provisão de remédios dentro de casa. Conforme o Estado de Minas flagrou na tarde de ontem, analgésicos são os medicamentos mais procurados. Raisa Paulare, de 31 anos, foi a uma drogaria do Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e saiu de lá com três sacolas de remédios. Ao sair do estabelecimento, ela atravessou a rua e entrou em uma concorrente. Minutos depois, ela passou pelo caixa novamente e saiu com mais duas sacolas. “Comprei mais analgésicos, tenho duas crianças em casa, uma de 5 e outra de 8 anos, e aí a gente fica preocupada. Estão dizendo que se tiver sintoma de gripe, é melhor ficar em casa, nem procurar médico, então prefiro comprar esses medicamentos e dar para eles, caso fiquem doentes”, disse.

Apesar da explicação de Raisa, em caso de sintomas de gripe associados a dificuldades respiratórias, é necessário fazer o exame para saber se está infectado com o coronavírus.Já Maria da Conceição, que faz parte do grupo mais vulnerável ao COVID-19, foi à farmácia para comprar remédios habituais. No entanto, ao chegar lá, acabou comprando quantidades maiores de soro fisiológico e paracetamol. “Comprei soro em caso de o nariz ficar escorrendo e um pouco mais de paracetamol, para ficar de reserva”, conta.Enquanto a reportagem se encontrava na porta da drogaria, era possível ver inúmeros casos de consumidores que procuravam álcool em gel. No entanto, em todos eles a resposta dos atendentes era “não tem”. Desde que a pandemia de  coronavírus chegou ao Brasil e começou a aumentar o número de casos, o produto está em falta nas principais farmácias e supermercados da capital mineira.Receita  

Embora muitas pessoas pretendessem comprar quantidade maior de remédios, elas esbarram em outro ponto: a receita médica. Vários medicamentos de hipertensão, colesterol e antibióticos necessitam de prescrição médica e possuem prazo de validade.

*Estagiário sob supervisão do editor Álvaro Duarte


Funcionárias na porta da loja na Savassi: movimento no comércio de BH tem caído com o avanço do coronavírus(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Funcionárias na porta da loja na Savassi: movimento no comércio de BH tem caído com o avanço do coronavírus (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


CDL faz campanha e se prepara para impactos no setor


Márcia Maria Cruz

O comércio emprega cerca de 1 milhão de pessoas em Belo Horizonte. Na manhã de ontem, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) iniciou campanha de conscientização nos estabelecimentos no Centro da capital mineira. “Estamos ajudando a engrossar essa campanha de esclarecimento do comportamento das pessoas através do comércio. Estamos entregando panfletos e cartazes para as lojas e para os funcionários, consumidores e clientes”, afirma o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva. À tarde, a prefeitura determinou fechamento de shoppings, bares, restaurantes, entre outros estabelecimentos comerciais de BH.

Antes da determinação – que não citou lojas de rua – e diante da possibilidade de queda de até 40% no setor do comércio e prestação de serviços, a entidade enviou ofício com sugestões para o presidente Jair Bolsonaro, para o governador Romeu Zema e para o prefeito Alexandre Kalil. “São sugestões para minimizar os impactos negativos neste momento”, informou. O setor movimenta cerca de R$ 1,7 bilhão por mês. “É um impacto grande. Essa movimentação tende a cair, mas ainda não tem como mensurar”, diz

A orientação é para que os lojistas liberem os trabalhadores que estão no grupo de risco – pessoas com idade superior a 60 anos, portadores de doenças crônicas e com imunidade baixa – para que fiquem em casa.  Os lojistas também foram orientados a colocar álcool gel e lenço de papel nos estabelecimentos para o uso dos clientes. As máquinas de crédito e débito devem ser limpas com frequência. 

Também há orientações para evitar o contato das pessoas. “Devem evitar o contato próximo muito forte. Não deixar aglomerar pessoas dentro da loja. Se estiver vendo as pessoas entrando, pedir para esperar. Nesses momentos, essas ações são muito necessárias”, reforçou.

A campanha conta com 100 pessoas para fazer a entrega de panfletos e cartazes em toda a capital. O presidente informa que são 31 centros comerciais em BH (esses serão afetados pelo decreto da PBH) e um em Nova Lima, na divisa com a capital, e 5 mil estabelecimentos comerciais. “Estamos vendo muita gente não acreditando na disseminação do vírus e essas dicas preventivas são fundamentais para que a gente tenha a população bem protegida”, diz. Estamos orientando: o comércio que tem condições de diminuir o horário de funcionamento, o faça”, diz. 

Atividade econômica Outra preocupação em relação ao avanço do coronavírus é a redução das atividades econômicas. “Toda a cadeia tem que contribuir. O lojista fechando a loja, deixando de ter receita, mas o proprietário de shoppings e que alugam imóveis também devem entender que é um momento diferenciado e devem ajudar nesse pagamento, com um valor proporcional ou permitindo o parcelamento desse aluguel nos meses que vão ser impactados”, diz.

A prestação de serviços e o comércio são das mais importantes fontes de geração de receita para a capital mineira. Há projeção de queda de até 40% nessa movimentação. “Neste momento, estamos vendo os bens de primeira necessidade muito procurados, um volume grande de venda em supermercados, mercados e drogarias. Mas a gente está medindo isso ainda. Mas o impacto é forte, impacta toda a cadeia.” 

Proprietário do tradicional Café Nice, na Praça Sete, Tadeu Caldeira está preocupado com o avanço da doença. Ele colocou álcool em gel no balcão para o uso dos clientes. “Se todo mundo for fechar tem que fechar também”, diz. A gerente do Centro Visão, Andreza Mendes, também está ampliando os cuidados para evitar o avanço. “Estamos usando o álcool em gel. Os funcionários fazem a assepsia dos produtos que a gente usa nas lojas”, diz. 


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