O professor de uma escolinha de futebol que funcionava dentro de um clube na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, foi condenado a 72 anos, 7 meses e 14 dias de reclusão, e 350 dias-multa, pelos crimes de estupro de vulnerável, importunação sexual e exibição de mídia pornográfica, praticados contra alunos.
A condenação foi proferida pela juíza da Vara Especializada em Crimes contra a Criança e o Adolescente de Belo Horizonte (Vecca), Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. De acordo com a denúncia do Ministério Público, os abusos ocorriam durante as aulas, na sala do professor e em uma mata da região, e consistiam em masturbar as crianças ou forçá-las a masturbar o acusado.
O ex-técnico M. V. F., segundo a denúncia, tocava as vítimas na virilha ou nas nádegas com as mãos ou o próprio pênis. Em certas ocasiões, ele também exibia filmes pornográficos para as vítimas pelo próprio celular ou no computador do trabalho.
O homem havia sido denunciado pela prática de crimes contra crianças e adolescentes, com idades entre 5 e 15 anos. De acordo com o TJMG, em algumas situações, o acusado conquistava os menores dando-lhes agrados e presentes, como meiões e chuteiras, além de dinheiro. Um dos meninos chegou a ganhar uma bolsa de estudos para participar das aulas.
Condenação
A condenação a 72 anos foi pelo estupro de vulnerável contra duas das crianças e a prática do crime de importunação sexual contra três, além da prática da exibição de mídia pornográfica para duas das crianças. A pena deverá ser cumprida em regime inicialmente fechado.
Diante da gravidade do caso e pela própria pluralidade de crimes, a juíza negou ao réu o direito ao recurso em liberdade, para garantia da ordem pública e para que ele não cometa outros delitos.
Devido ao fato de o processo envolver crianças e tramitar em segredo de justiça, o TJMG não divulgou outros detalhes do caso.