Mais de 40 mil alunos de medicina poderão ser convocados para auxiliar nos atendimentos no combate ao novo coronavírus (COVID-19). A proposta faz parte de uma série de ações idealizadas pelo Ministério da Saúde para incrementar a capacidade operacional do sistema de saúde, caso a pandemia alcance níveis altos de infectados que necessitem de hospitalização.
A medida abrange estudantes que estejam entre o 5 e 6º períodos, matriculados em universidades públicas ou privadas. Eles atuariam sob supervisão de um médico responsável, em cidades próximas à que o aluno reside, a fim de não onerar nos custos de deslocamento.
O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Confederação Médica Ibero-Latina-Americana, Lincoln Ferreira, avaliou para o Estado de Minas a proposta e acredita que ela dará uma vazão maior nos atendimentos aos pacientes com a COVID-19 pelo país.
“Sabemos que é uma doença muito contagiosa, sobretudo em determinadas faixas etárias. A medida dará uma vazão (nos atendimentos) se a gente tiver uma grande incidência de casos no país. Os estudantes nesta fase estão aptos a fazer exames físicos, por exemplo. No ponto de vista médico, eles têm condições de solicitar exames e adiantar atendimentos”, disse.
Os estudantes convocados receberão um curto treinamento. Lincoln ressalta que todos terão de estar munidos com Equipamentos de Segurança Individual (EPI’s) para garantir a segurança coletiva e evitar a disseminação da doença.
Apesar da ação, o médico recomenda a todos que se recolham. “A solução é evitar contato de qualquer natureza, que as pessoas saiam o mínimo possível. O que puder ser adiado, pois a gente reduz a velocidade de circulação do vírus, pois senão sobrecarrega o sistema”, concluiu.
A proposta foi apresentada ao Ministério da Educação, uma vez que os serviços dos estudantes podem ser transformados em horas complementares. A resposta sai nesta sexta-feira, às 16h.