Jornal Estado de Minas

COVID-19

Coronavírus exige cuidados redobrados dentro de casa

Para quem está na linha de frente do combate ao novo coronavírus, os cuidados devem ser redobrados. Médicos, enfermeiros e agentes de saúde estão entre o grupo de risco para a contaminação com a doença. Dentro de casa, o perigo continua para amigos ou familiares que convivem com pacientes em isolamento domiciliar. Entre as precauções, atenção com a higiene, proximidade física, ambientes arejados e destinação correta de resíduos.


 
Esse é um vírus novo, e a humanidade aprende dia a dia mais sobre ele, diz o médico infectologista José Geraldo Leite Ribeiro, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e da Faculdade de Saúde e Ecologia Humana. Ele ensina que, para pessoas em recolhimento que vivem em prédios ou condomínios, é importante não circular nas áreas comuns. E, considerando caso a caso, há situações ideais e situações possíveis."Em uma situação ideal, o paciente deve ficar em um quarto exclusivo, não circular pelos outros cômodos da casa, ter um banheiro próprio, todos os materiais separados, como toalhas, roupas de cama, copos, pratos, talheres, entre outros, até que o isolamento termine." Quando outra pessoa entra no recinto onde está o enfermo, é bom que os dois usem a máscara. "Se não for viável, pelo menos o paciente", recomenda.



Mas esse é um quadro que muitas vezes não ocorre. Em uma situação possível, se não der para ter um cômodo exclusivo para o infectado, é preciso manter ao menos um metro de distância, explica José Geraldo. Quanto ao tempo de isolamento, é de no mínimo sete dias a partir dos primeiros sintomas até desaparecerem. "Cuidadores assintomáticos não precisam ficar isolados. Porém, devem ter atenção pelo período de 14 dias após o contato com o paciente, tempo de incubação do vírus", diz o médico.
 
As precauções são distintas em cidades onde a transmissão do coronavírus é comunitária e em locais onde isso ainda não ocorre. Em Belo Horizonte, que registra o primeiro cenário, qualquer pessoa que tenha problemas respiratórios deve ser considerada caso suspeito. No segundo cenário, mesmo com sintomas respiratórios, o indivíduo só se torna suspeito se esteve no exterior, onde existe a doença, ou teve contato com um caso provável. "Se quem lida com o paciente tomar todos os cuidados, espera-se que o risco de contágio seja pequeno", orienta José Geraldo.