Jornal Estado de Minas

MENSAGENS À FRENTE

Vídeo: Brasileira conta como a Coreia do Sul vence o coronavírus

Alertas no celular ajudam a manter a população informada (foto: Reprodução)


Uma das referências no combate ao novo coronavírus, a Coreia do Sul se destaca por ter testado o maior número possível de pessoas - com sintomas ou não. Enquanto países como o Brasil têm abordagem restritiva para o teste, na Coreia já há declínio no número de novos casos. Pela internet, a estudante mineira Samantha Burton, 24 anos, que está na península coreana, conta detalhes do cotidiano. Ela está na Ásia para um intercâmbio acadêmico e até o momento só pôde ter aulas à distância. No depoimento, Samantha destaca metodologias como o teste gratuito para pacientes com resultado positivo e o uso de drive-thru, além do controle com aplicativos de monitoramento. Veja e leia o relato completo:


“Poucos dias depois que desembarquei em Seul, capital da Coreia, o país registrou o maior número de casos novos do coronavírus em um único dia: foram cerca de 900. E apesar de numeroso, isso foi um reflexo da agilidade do governo em sair testando o maior número de pessoas que fosse possível. Até hoje, 315 mil testes foram realizados e um método interessante é o de drive-thru, que as pessoas vão de carro e fazem o teste gratuitamente. Esse é outro ponto (o teste sai de graça se o resultado foi positivo).



Todos os dias, recebemos mensagens de texto com notificações de casos próximos a onde estamos. E também com informações sobre rodízio de máscaras. Temos aplicativos de monitoramento de regiões aqui na Coreia. Aqui na universidade temos aplicativos de prevenção e segurança. Tenho, todos os dias, que medir minha temperatura corporal e reportar à faculdade.  E também preencher formulário online onde devo informar meu estado geral de saúde.



Estou no dormitório da faculdade em Ansan, com aulas online. Apesar de grandes eventos terem sido cancelados ou adiados, assim com as minhas aulas, centros comerciais funcionaram normalmente, supermercados, lojas, shoppings, cafés... Não houve pânico, nem lockdown. Não tive dificuldade em me locomover, entrar e sair, transitar pela capital do país.

Lentamente os números de novos casos reportados estão diminuindo. Temos acesso frequente aos dados, principalmente do Centro de Controle e Prevenção de Doenças daqui da Coreia do Sul. Aqui, lentamente as coisas estão voltando ao seu normal, digamos assim. Mas mesmo assim o governo pede que a população não baixe a guarda, não deixe de seguir as orientações sanitárias e sair o menos possível de casa.

Estou torcendo pelo Brasil, peço que todos sigam as orientações dos especialistas. Pratiquem a empatia, a responsabilidade social. E eu estou aqui na torcida.”%u2028

(Colaborou Aíssa Mac)
Sem lockdown: Samantha comemorou aniversário na Coreia do Sul, no último 16 de março (foto: Arquivo pessoal)