Jornal Estado de Minas

'Amor nos tempos de Coronavírus': noivos cancelam casamentos em Minas

Se estivesse vivo, o escritor colombiano, ganhador do Nobel de literatura, Gabriel Garcia Márquez (1927-2014), poderia muito bem escrever agora O amor nos tempos do coronavírus, dando sequência ao memorável O amor nos tempos do cólera, de 1985. Histórias e motivos não faltam no meio da pandemia que dispensa aglomerações, impede o toque entre as pessoas e afasta um simples aperto de mãos. Para evitar que o mal se propague, a Arquidiocese de Mariana, que reúne 135 paróquias de 79 municípios mineiros, divulgou uma série de orientações para o rebanho católico, incluindo a suspensão das cerimônias de casamento.



 

Em Belo Horizonte, o arcebispo metropolitano dom Walmor Oliveira de Azevedo também decretou uma série de normas a serem seguidas pelo rebanho católico para evitar a propagação da doença. Com a suspensão dos sacramentos, as cerimônias de casamentos marcados até julho devem ser adiadas e agendas para datas a partir de agosto.

 

No caso de os noivos quererem manter a data previamente marcada, devem conversar com o pároco e redimensionar a cerimônia, limitando o número de convidados para evitar aglomeração.

 

HORA DO SIM Moradores de Ouro Preto, na Região Central do estado, William Luiz Alves, vendedor, e Joyce dos Santos Lana, formada em pedagogia, vivem juntos há cinco anos e, há um ano meio, planejam a cerimônia de casamento na Igreja Nossa Senhora do Rosário, na cidade que é Patrimônio da Humanidade. Na segunda-feira, o casal distribuiu os últimos convites para o casório em 25 de abril, mas, no dia seguinte, foi pego de surpresa com as determinações da Arquidiocese de Mariana.



 

"Primeiro, procuramos a  paróquia e remarcamos para 8 de agosto. Depois, disparamos WhatsApp aos convidados sobre a nova data", conta Joyce, lembrando que as despesas do bufê, do  aluguel do sítio para a festa e outros estavam pagas. "Em vez de cancelar, remarcamos tudo. É melhor preservar a saúde de todos", acrescenta. A dama de honra do ato religioso será a filhinha do casal, Maria Eduarda, de 4 anos. "Ela ainda não entende muito essa questão de tempo, mas está ansiosa, e já me perguntou: 'Mamãe, quando vai ser o casamento?'"