Uma semana depois de as escolas públicas e particulares terem suspendido as aulas para preservar as crianças, a disseminação da COVID-19 apresentou ontem uma leve redução de casos novos, depois de um pico de diagnósticos positivos (veja o gráfico) de acordo com os dados oficiais compilados pela reportagem do Estado de Minas. O dia 18 de março marca a primeira medida de isolamento social adotada por recomendações médicas e implementada pelo governo de Minas e pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Por isso, checar a evolução dos casos a partir dessa data pode dar uma primeira impressão da importância que o afastamento traz para evitar a transmissão do novo coronavírus (Sars-Cov-2), segundo a avaliação de especialistas.
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Atualmente, segundo boletim de ontem da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o estado registra 133 pessoas confirmadamente infectadas, sendo 90 delas em BH. Nos últimos dois boletins diários, a confirmação de casos se restringiu a três a cada 24 horas em BH, sendo esses também os únicos diagnósticos positivos em Minas Gerais.
Atualmente, segundo boletim de ontem da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o estado registra 133 pessoas confirmadamente infectadas, sendo 90 delas em BH. Nos últimos dois boletins diários, a confirmação de casos se restringiu a três a cada 24 horas em BH, sendo esses também os únicos diagnósticos positivos em Minas Gerais.
Porém, o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia recomenda cautela, pois o isolamento ainda não tem uma previsão de término. “Ainda estamos muito no começo para se ter uma ideia de quando será possível abandonar o isolamento social. Enquanto isso, é importante que se mantenha essa postura e se continue seguindo as orientações de higienização, para que não tenhamos um colapso do sistema de saúde”, alerta Silva.
O também diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, médico Carlos Starling, avalia que o afrouxamento das medidas de isolamento ainda não está perto. “Ainda nem chegamos à fase mais grave da disseminação da infecção. O pico e seus efeitos mais terríveis ainda estão por vir. Por isso, segue a recomendação de isolamento e de se evitarem aglomerações”, orienta. Vale lembrar, que há um enorme fosso entre o total de casos confirmados e os em investigação. Em Minas, permaneciam em análise ontem 14.227 casos suspeitos.
O também diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, médico Carlos Starling, avalia que o afrouxamento das medidas de isolamento ainda não está perto. “Ainda nem chegamos à fase mais grave da disseminação da infecção. O pico e seus efeitos mais terríveis ainda estão por vir. Por isso, segue a recomendação de isolamento e de se evitarem aglomerações”, orienta. Vale lembrar, que há um enorme fosso entre o total de casos confirmados e os em investigação. Em Minas, permaneciam em análise ontem 14.227 casos suspeitos.
Ainda que em queda e com um número absoluto menor do que os registrados em São Paulo e no Rio de Janeiro, estados com mortes pela COVID-19, a progressão de casos confirmados em Minas Gerais e em Belo Horizonte foi mais rápida proporcionalmente.
A média de confirmações de novos casos de infectados pelo novo coronavírus na capital mineira, entre os dias 16 e 25 de março, foi de 30,7% sobre o total de doentes, enquanto a velocidade de Minas foi de 29,6% sobre a totalidade de registros diários no mesmo espaço de tempo. Números acima da média entre os dias 16 e 24 de São Paulo, capital, por exemplo, com a razão de 12%, do estado de São Paulo (16,4%), da capital do Rio de Janeiro (20,4%), do estado fluminense (20,6%) e até que o Brasil (21,4%).
A média de confirmações de novos casos de infectados pelo novo coronavírus na capital mineira, entre os dias 16 e 25 de março, foi de 30,7% sobre o total de doentes, enquanto a velocidade de Minas foi de 29,6% sobre a totalidade de registros diários no mesmo espaço de tempo. Números acima da média entre os dias 16 e 24 de São Paulo, capital, por exemplo, com a razão de 12%, do estado de São Paulo (16,4%), da capital do Rio de Janeiro (20,4%), do estado fluminense (20,6%) e até que o Brasil (21,4%).
Falta padronização
Uma das preocupações manifestadas pelos médicos e administradores públicos é de que a falta de clareza e de regras bem-ajustadas possa desestimular a continuação da política de isolamento social. A falta de uma padronização sobre os setores que podem ou não circular fez com que medidas diferentes de isolamento fossem tomadas por empresas e pelo poder público. Pelo interior mineiro, por exemplo, há municípios que simplesmente bloquearam seus acessos, interrompendo o fluxo de qualquer veículo. Outros, adotam barreiras sanitárias que impedem a entrada de forasteiros.
“Nesse sentido, não recebemos até o momento nenhuma demanda de acionamento do Conselho para esse assunto, mas o procedimento seria no sentido de orientar e reforçar as medidas de prevenção e segurança instituídas pelas autoridades em saúde”, afirma a administração municipal.
O que é o coronavírus?
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.