O antigo prédio de uma fábrica de tecidos, fora do Centro Histórico de Ouro Preto, a 95 quilômetros de Belo Horizonte, na Região Central, se transforma em hospital de campanha para atender os necessitados de socorro durante o tempo que durar a pandemia do novo coronavírus. O projeto do prefeito Júlio Pimenta transformou o local em área de eventos, inaugurada no ano passado, mas, diante da gravidade da situação, a construção do século 19 será o Centro Avançado de Combate ao Coronavírus.
Na manhã de ontem, na companhia de integrantes do comitê de crise para enfrentar a pandemia, Pimenta acompanhou os serviços. "Teremos 50 leitos aqui, com oxigênio, e, mediante parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), serão cedidos profissionais de saúde, já que não há aulas na instituição no momento. As equipes estão sendo treinadas. Conseguimos 12 respiradores", informa o prefeito.
Segundo a secretária-adjunta municipal de Saúde, Flávia Gabriela Elias da Silva, Ouro Preto não tem casos confirmados de COVID-19, mas 50 diagnósticos de suspeita da doença foram notificados. O local está sendo adaptado dentro das normas para o quadro de emergência, com revestimento de gesso cartonado na parede de tijolinhos original, tudo com recursos municipais. "O quadro aqui é estável, sem casos graves."
Flávia explica que a Santa Casa de Ouro Preto, que atende também pacientes dos municípios vizinhos de Mariana e Itabirito, tem 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Uma das dificuldades para os gestores de saúde, atualmente, é adquirir respiradores, pois o equipamento médico, a exemplo de outros, anda em falta no mercado. Para a enfermeira Natália Dias de Almeida Costa, que integra a equipe, a implantação do hospital se dá de forma preventiva e o ideal é que não precise ser ocupado. "Trata-se de um desafio grande e bastante promissor. Queremos atender a população da melhor forma."