Jornal Estado de Minas

COVID-19

Coronavírus: Empresas ignoram decreto e ônibus ficam cada vez mais lotados

Um dia após o Estado de Minas reportar a situação dos ônibus de Belo Horizonte, completamente lotados nos horários de pico, vários passageiros de linhas metropolitanas também enviaram fotos e vídeos sobre a situação irregular dos veículos.


A circulação com poltronas e corredores cheios vai em direção oposta à determinação do governo estadual (administrador das linhas intermunicipais e metropolitanas), que decretou que os veículos que ligam uma cidade a outra só deveriam ser liberados com a capacidade reduzida pela metade. Já os ônibus das linhas metropolitanas devem circular apenas com passageiros sentados. 

Dezenas de pessoas em pé e sentadas, gente respiração ofegante, espirros, tosses e contatos fazem dos veículos um dos meios em que a propagação do vírus é mais propícia. 

No final da tarde dessa quarta-feira (25), passageiros das linhas 301C (Terminal Ibirité/ Belo Horizonte) ficaram aglutinados em ônibus lotados, com todos os assentos usados e várias pessoas em pé, separadas por muito menos do que um metro de distância - medida recomendada por infectologistas para evitar a contaminação pelo coronavírus.

A mesma situação já tinha sido registrada por passageiros da linha 3838 (Belo Horizonte/Rio Acima), na manhã dessa quarta-feira. Outros ônibus que passam pela cidade de Nova Lima também registraram lotações. De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, a cidade da região metropolitana já contabiliza 11 casos da COVID-19, enquanto Belo Horizonte tem 96 casos confirmados.






Nas redes sociais, também foram várias as queixas. Alguns chegaram a notar um aumento no número de pessoas circulando nesta quinta-feira. “Sindicatos de várias classes estão em total isolamento social. Pois tá uma bagunça a Grande BH. Ônibus cheios, empresas de telemarketing e construção civil funcionando normalmente. Cadê os órgãos responsáveis !?” twittou Ricardo Leite, morador da capital mineira.

Os ônibus das linhas metropolitanas são administrados pela Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra). No entanto, apesar das situações enfrentadas pelos passageiros em meio ao caos epidemiológico, a Seinfra ressaltou que não autorizou nenhuma alteração no Sistema de Transporte Metropolitano e Intermunicipal e que, portanto, o número de veículos oferecidos deveria ser o mesmo - ainda que a determinação de capacidade reduzida esteja valendo.



A Seinfra informou também que cabe às autoridades sanitárias e aos órgão de Segurança Pública do Estado a fiscalização de concessionários e permissionários de transporte coletivo e de serviço público. A pasta estadual destacou ainda que o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG)  segue fiscalizando os sistemas de transporte metropolitano e intermunicipal no estado.


“A colaboração do usuário é fundamental, não entrando ou insistindo em entrar em veículos que já estejam com a lotação estipulada, por se tratar de uma medida em prol da saúde de todos”, finalizou a nota enviada à reportagem.


O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) informou que a demanda de passageiros do sistema metropolitano caiu 70% desde que o Governo de Minas e demais autoridades passaram a recomendar o isolamento domiciliar como forma de prevenção ao coronavírus.

Apesar dos relatos recebidos pelo Estado de Minas, o sindicato declarou que as empresas estão ajustando diariamente o quadro de horários e operando de acordo com o decreto do governo estadual. 
 
“O Sintram reconhece que houve problemas isolados nos primeiros dias, que já foram solucionados, mas em muitas linhas a oferta de ônibus tem sido maior que a demanda, o que resulta em veículos muitas vezes vazios. A média de passageiros por viagem é de 16,5 passageiros nos últimos dias. O Sintram também ressalta que eventuais ajustes são normais em um cenário de constantes mudanças e incertezas, onde o foco é a prevenção à Covid-19”, finalizou.



A reportagem também aguarda resposta do Sindicato dos Rodoviários de BH e Região (órgão que defende os interesses dos motoristas de ônibus das linhas municipais e metropolitanas).

Este texto foi corrigido: As linhas 301C (Terminal Ibirité/ Belo Horizonte) e 3838 (Belo Horizonte/ Rio Acima) são metropolitanas e não intermunicipais, como informado inicialmente.

*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Murta

O que é o coronavírus?

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 é transmitida?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia


Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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