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Estado de Minas COVID-19

Prefeito do Norte de Minas teme aumento da fome e de mortes na região

Município Francisco Sá adotou medidas preventivas contra o coronavírus, mas diante da pobreza, prefeito alerta para risco do desemprego agravar a pobreza


postado em 27/03/2020 20:35 / atualizado em 27/03/2020 20:40

O prefeito de Francisco Sá (Norte de Minas), Mário Osvaldo Casasanta (Avante), adotou medidas preventivas contra a transmissão do coronavírus e determinou o fechamento do comércio, escolas e outros estabelecimentos locais. Porém, diante da pobreza já enfrentada no município, ele teme que o desemprego provocado pelas medidas de prevenção possa provocar fome e mortes na cidade.

“Tenho medo que a fome provocada aqui possa matar mais do que o próprio coronavírus”, afirma Casasanta, que administra um município de 26,2 mil habitantes, situado a 470 quilômetros de Belo Horizonte, mas margens da BR 251. A cidade ainda não teve nenhum caso confirmado da doença respiratória

O prefeito de Francisco Sá disse que a interrupção de serviços e do funcionamento das escolas agravou mais ainda a situação da população de baixa renda da cidade. “Existem muitas famílias do município, cujas crianças estão sem comer porque só alimentavam mesmo quando iam para a escola. Mas agora as escolas estão fechadas”, relatou.

O chefe do executivo municipal disse que a Prefeitura de Francisco Sá está fazendo um “monitoramento” das famílias das áreas mais carentes da cidade que estão enfrentando necessidade alimentar. Mas não precisou o número real de famílias que estariam nesta situação.
 
Mário Casasanta disse que decidiu pelo fechamento do comércio,  pela suspensão das atividades das escolas e por outras medidas preventivas contra o coronavírus, seguindo determinação do governo do estado, de acordo também com as recomendações do Ministério da Saúde. “Eu não poderia passar por cima do decreto do (governador Romeu) Zema e da orientação do Ministério da Saúde”, argumenta o prefeito, lembrando que a CODIV-19 é uma doença grave.

Ele informou que as medidas provocaram perdas de postos de trabalho em Francisco e que somente o restaurante de um posto de combustíveis demitiu cerca de 40 funcionários na última semana, depois que teve que interromper suas atividades.

 
Casasanta disse que, “se pudesse decidir por conta própria”, determinaria o retorno gradual das atividades do comércio e outros setores produtivos de Francisco Sá, para impedir o desemprego em massa no município. 

Neste caso, ele destacou que adotaria mecanismos para amenizar a transmissão do coronavírus, como a higienização dos equipamentos e utensílios, o controle da entrada de pessoas nos estabelecimentos e a redução do número de funcionários. 

Questionado se estaria seguindo o presidente Jair Bolsonaro que, em pronunciamento na televisão, defendeu ações contra o isolamento social para evitar prejuízos para a economia, o prefeito de Francisco Sá respondeu: “De forma alguma. Não tem nada ver. Eu até achei que ele (Bolsonaro) não deveria ter colocado as coisas da maneira que ele falou”.

Casasanta salientou que reconhece a gravidade da COVID-19. “Estamos diante de uma epidemia, de uma doença muito grave, que vai matar muita gente se não forem tomados cuidados”. Porém, afirmou: “Temos que voltar ao trabalho, mas voltar  gradativamente. Senão, (a crise do coronavírus) vai arrebentar com a economia dos municípios, do estado e do país”. 

AUMENTO EM PLENA CRISE DO CORONAVÍRUS


Neste mês, em plena crise do coronavirus, o prefeito de Francisco Sá elevou os salários dos trabalhadores da educação no município, com o aumento oscilando entre 15% e 25%. “Mas, não foi reajuste. O que houve foi uma correção para alcançar no município o piso nacional para os trabalhadores da educação, a partir de um repasse que recebemos do governo federal”, justificou Mario Osvaldo Casasanta.

Ele alegou que ocorreu uma “coincidência” pelo fato de os professores receberem o aumento neste mês. “Na verdade, mandei o projeto (do reajuste) para a Câmara de Vereadores há quase três meses e eles demoraram a votar”, disse o chefe do executivo, acrescentando que o aumento salarial foi retroativo a janeiro de 2020. 

Por outro lado, o prefeito de Francisco Sá confirmou que, também neste mês, chegou a enviar para a Câmara Municipal um projeto para elevar os salários de ocupantes de cargos de confiança do seu secretariado, de R$ 4 mil para R$ 5 mil (25% de aumento) a partir de 2001. Porém, retirou o projeto de votação por causa da crise do coronavírus. 
 

ENTENDA A DOENÇA 

 
O que é o coronavírus?
 
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão do coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
 
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19: 

Febre
Tosse
Falta de ar e dificuldade para respirar
Problemas gástricos
Diarreia

 
Em casos graves, as vítimas apresentam: 
 
Pneumonia
Síndrome respiratória aguda severa
Insuficiência renal


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