Quarentena, isolamento, vírus, crise. Esse cenário tenso e preocupante, às vezes, também pode produzir boas imagens, boas histórias, capazes de emocionar. Como o reencontro virtual entre a aposentada Lacy Flores Marcelino, de 80 anos, e a “sua” igreja de Santa Mônica, à qual agora está impedida de frequentar, na Pampulha. “Fiquei emocionada, sinceramente, ao ver a minha paróquia, ao ver o padre, umas três pessoas lá dentro, o cantor. Fiquei muito emocionada. Mas tenho feito minhas orações aqui em casa. Rezo o terço”, disse dona Lacy em entrevista ao Estado de Minas.
Dona Lacy foi flagrada pela filha chorando de emoção ao assistir à missa ao vivo pelo Youtube. Foi a primeira vez em que ela pôde acompanhar a celebração, desde que entraram em vigor as medidas de isolamento que fecharam o comércio e proibiram a realização de cultos religiosos, a fim de evitar aglomerações. Uma tentativa de frear a disseminação do coronavírus.
Ex-funcionária da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, dona Lacy mora com a filha Maria Letícia – responsável pelo vídeo – e uma neta, no Bairro Santa Mônica, Região da Pampulha. Durante a quarentena, eles conviveram com o azar de ver sua televisão pifar, mas também com a sorte de conseguirem comprar outra no último dia antes do fechamento do comércio em Belo Horizonte. “Agora, graças a Deus, estou assistindo à missa. Minha filha comprou uma televisão nova, porque a outra estragou. Tem internet”, conta a aposentada.
Nova rotina
Dona Lacy relata a “dureza” de ter que ficar em isolamento, impedida de frequentar a igreja e de realizar outras tarefas do dia a dia. Mas prova que é possível manter e exercitar a fé sem se arriscar. “A gente está procurando colaborar com os pedidos, solicitações, porque a coisa é muito séria. É mundial. A gente vê as reportagens e abala mesmo a gente”, contou.
Apesar da comodidade fornecida pela internet, dona Lacy revela que o fervor religioso dentro do templo supera qualquer missa virtual. Mas ela entende que, no momento, o distanciamento é necessário. E agradece. “É lógico que é muito diferente, porque a gente participa melhor estando na igreja. A internet às vezes falha um pouquinho, a gente não ouve bem. Lá é que é o lugar. Mas neste período crítico, está muito bom. Tenho que agradecer a Deus por estar aqui sentada assistindo. Tem que agradecer a todo momento”.
Apesar da comodidade fornecida pela internet, dona Lacy revela que o fervor religioso dentro do templo supera qualquer missa virtual. Mas ela entende que, no momento, o distanciamento é necessário. E agradece. “É lógico que é muito diferente, porque a gente participa melhor estando na igreja. A internet às vezes falha um pouquinho, a gente não ouve bem. Lá é que é o lugar. Mas neste período crítico, está muito bom. Tenho que agradecer a Deus por estar aqui sentada assistindo. Tem que agradecer a todo momento”.
Resignação e oração
As notícias da pandemia de coronavírus em todo o mundo impactam e preocupam. Ao todo, são mais de 640 mil casos registrados em todo o globo, com quase 30 mil mortes. Igualmente afetada pelas informações vindas de outros países, dona Lacy contribui da maneira como pode, com orações.
“É muito difícil a gente falar. Pelo que a gente vê do que tem acontecido na Itália, na Espanha, está tão difícil! A gente está fazendo orações e pedindo a Jesus para ter piedade e misericórdia de nós todos aqui no Brasil, para não acontecer igual aconteceu lá, porque foi demais”, afirma.
As orações de dona Lacy têm o reforço das companheiras de paróquia, membras do Apostolado da Oração, grupo católico que tem por objetivo evangelizar pessoas da comunidade. Segundo a aposentada, elas estão sempre em contato também de forma virtual.
Bem humorada e desconfiada – como boa mineira – dona Lacy reforça que está se prevenindo de todas as formas para evitar a chegada do vírus. “Quem somos nós para saber por que está acontecendo isso com o mundo. Temos que agradecer e pedir perdão por tudo. A gente tem que estar preparada, né, meu filho. Com 80 anos, você já viu (risos)...”.
O que é o coronavírus?
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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