O Brasil vive o maior e mais complexo desafio de saúde pública com impactos sociais e econômicos. Neste momento, a UFMG, como todas as universidades públicas brasileiras, precisa buscar alternativas para se manter funcionando diante do crescente corte de recursos. “A UFMG tem feito de tudo para priorizar a atividade fim. É importante para nossa comunidade, para a sociedade e para o país”, diz a reitora Sandra Goulart Almeida.
Antes da chegada da pandemia, a UFMG foi surpreendida com mais um corte – 3,11% do orçamento de 2020 –, o que corresponde a R$ 7 milhões a menos em relação ao orçamento de 2019, que já estava defasado. “É extremamente preocupante. Não podemos prescindir desse valor.” A reitora destaca a importância das universidades públicas neste momento. “Vamos derrotar o novo coronavírus com pesquisa. É a única maneira de ser feito”, afirma.
Sandra reitera que em todos os países do mundo os governos incentivam a produção da ciência. “Formamos médicos professores e engenheiros e fazemos mais que isso. Cerca de 90% da pesquisa no país vêm das universidades públicas. Produção de álcool em gel, máscaras, sequenciar o genoma do vírus... Tudo isso pode ser feito por dedicação de anos. Por isso, não se pode descontinuar o apoio à universidade pública e à pesquisa. No momento de crise, vemos a importância da universidade pública. Minas pode contar com a UFMG. O país pode contar com a UFMG.”
Verbas diminuindo
O cientista político Wesley Mateus analisou os dados do governo federal nas áreas de educação (ensino superior), ciência e tecnologia. No primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, foram gastos R$ 30,4 bi no ensino superior e R$ 4 bi em Desenvolvimento Tecnológico e Engenharia, Desenvolvimento e difusão de Conhecimento Científico, valores aprovados nos mandatos anteriores. No entanto, nos três primeiros meses de 2020, observa-se uma queda de 12,4% nos valores executados na subfunção de ensino superior, que sai de R$ 5,18 bi no primeiro trimestre de 2019 e passa para R$ 4,59 bi no primeiro trimestre deste ano.