Jornal Estado de Minas

Justiça suspende aulas por tempo indeterminado no setor privado



Em função da pandemia do novo coronavírus, as aulas de escolas particulares devem permanecer suspensas por tempo indeterminado. A decisão expedida na sexta-feira pela Justiça do Trabalho prorroga a decisão anterior, de 16 de março, que suspendia as aulas até 31 deste mês. A pedido do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), a liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) suspende as atividades desempenhadas pelos professores de escolas particulares.


 
De acordo com a decisão, não haverá prejuízo na remuneração dos profissionais e a reposição dos dias parados em decorrência da pandemia será negociada oportunamente entre o Sinpro Minas, que representa os docentes, e os sindicatos patronais. Continua válida a determinação de multa diária de R$ 30 mil, em caso de descumprimento da decisão.
 
Na nova liminar, a desembargadora Camilla Guimarães Zeidler, do TRT, negou o pedido dos donos de escolas para antecipar o recesso escolar e o considerou "prematuro". Além disso, a decisão reafirmou que a compensação dos dias não trabalhos deve ser negociada entre os sindicatos.
 
“As instituições de ensino, cientes dos riscos impostos à coletividade pela pandemia causada pelo coronavírus, devem empreender todos seus esforços, inclusive mediante a adoção dos diversos mecanismos tecnológicos disponíveis, para que prevaleça a ordem de suspensão das atividades nas dependências das entidades”, ressalta a desembargadora, em sua decisão.


 
Para a presidente do Sinpro Minas, Valéria Morato, a liminar vai ao encontro das medidas adotadas mundialmente, com a finalidade de desacelerar a expansão da pandemia. “O que buscamos é preservar a saúde dos professores e da população. Trata-se de um momento delicado e que exige esforços de todos, pois a vida deve estar em primeiro lugar, e não os interesses econômicos", defende.
 
"O isolamento é a medida recomendada pelas autoridades médicas e científicas em todo o mundo, e as experiências mais exitosas de combate à pandemia o adotaram. Dessa forma, permaneceremos de quarentena, mas atentos aos direitos dos professores e ao cumprimento das determinações da Justiça".