Jornal Estado de Minas

CORONAVÍRUS EM BH

Apadrinhe um bar: estabelecimentos criam campanha para driblar crise durante a quarentena


A criatividade tem sido uma das armas de trabalhadores e empresários para minimizar os impactos econômicos decorrentes da quarentena. Com o comércio fechado, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) criou a campanha ‘Apadrinhe um Bar’.


Para adotar seu estabelecimento preferido, o cliente não precisa gastar dinheiro. Só precisa divulgar o nome do bar pelas redes sociais, com a hashtag #ApadrinheUmBar.

“Estamos tentando algumas alternativas, pois sabemos que neste momento está todo mundo comprometido. As pessoas não têm disposição de gastar dinheiro. Então tivemos a ideia ‘Apadrinhe um Bar’. As pessoas divulgam em grupos, nas redes sociais e adotam o estabelecimento. Pessoas que gostam, frequentam ou vão frequentar. E fazem propaganda gratuitamente enquanto a gente estiver fechado. Para o estabelecimento não cair no esquecimento”, conta o empresário Rodrigo Barreira, de 52 anos, proprietário do Bar da Neca, localizado à Rua Pium-í, no Bairro Carmo, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.

O empresário espera que a campanha dê resultado e possa despertar o interesse de novos e antigos clientes de voltarem a frequentar os bares e restaurantes da capital ao final do isolamento.

“Quando a coisa voltar, esperamos que as pessoas estejam dispostas a conhecer os bares divulgados. E quem já conhece voltar a frequentar. É uma ideia para usar o lado emocional. As pessoas podem colaborar sem despender dinheiro, porque todo mundo está passando por um momento difícil. Mas mesmo assim podem ajudar o estabelecimento a continuar vivo nas memórias. É uma adoção simbólica que vira uma corrente do bem”, projeta.

Dificuldades durante a quarentena

Os comerciantes de Belo Horizonte têm enfrentado grandes dificuldades durante a quarentena. Rodrigo Barreira, dono do Bar da Neca, relata que a situação pode ameaçar a ‘sobrevivência’ de alguns estabelecimentos, sobretudo os pequenos.



“A gente está vendo a coisa cada dia pior, se esticando cada dia mais. Estamos percebendo que vai ficar cada dia mais difícil a sobrevivência dos bares e restaurantes”, afirma.

Rodrigo espera que a administração pública possa socorrer o tanto a classe empresária quanto os funcionários.

“A Abrasel está atuando junto com o governo, tentando algumas medidas para ajudar principalmente os seis milhões de funcionários de bares e restaurantes. Para o empresário, ainda não apareceu nada. Falaram em algumas linhas de crédito, mas para isso chegar ‘aqui embaixo’ na ponta, é difícil”, conclui o empresário.