Os casos de infecção pelo novo coronavírus aumentam a cada dia em Minas Gerais e a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no estado é preocupante: 88,5% deles já estão ocupados, de acordo com documento elaborado pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (27).
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Apesar dos dados de ocupação elevados, o Ministério da Saúde, conforme tabela publicada por O Globo, garante que Minas Gerais tem 1.426 leitos de UTI a mais que o necessário para enfrentamento da primeira etapa da pandemia: o mês de abril. É o maior saldo positivo do Brasil.
Por outro lado, números da pasta mostram que a situação se inverte em Minas Gerais quando se analisa o número de leitos de enfermaria. O estado tem 2.040, mas na avaliação do ministério precisa ter ao menos 2.409: déficit de 369 unidades.
Brasil
No cenário nacional, o país precisa criar 1.623 leitos de UTI para enfrentar o novo coronavírus e dar conta de outras demandas ligadas à saúde pública em abril. O pior índice é do Rio Grande do Sul: 211 a menos que o mínimo apontado.
Dezesseis estados têm números negativos, precisam criar leitos de UTI para dar conta da demanda.
A situação é ainda pior quanto aos leitos de enfermaria: 19,5 mil a menos que o mínimo para internação de pessoas diagnosticadas com a Covid-19 ou que enfrentam outras limitações de saúde.
Das 27 unidades da federação, apenas São Paulo tem capacidade de dar conta de sua demanda nos próximos 30 dias. Os outros 25 estados e o Distrito Federal precisam criar novos leitos.
O que diz o estado
Uma das alternativas do governo de Minas para aumentar a oferta de leitos é a instalação de um hospital de campanha no Expominas, localizado no Bairro Gameleira, Região Oeste de Belo Horizonte.
Segundo o governo, serão novos 900 leitos, sendo 800 de enfermaria e cem de UTI. Essas novas instalações, que conforme o estado só serão usadas caso haja necessidade, o Executivo espera aliviar o sistema de saúde.
Os novos 800 leitos de enfermaria seriam suficientes para atender ao mínimo apontado pelo Ministério da Saúde, já que o déficit atual é de 369 vagas.
Em nota, a Secretria de Estado de Saúde (SES) não confirmou os dados apresentados pelo documento do Ministério da Saúde obtido pelo Jornal O Globo. Segundo a pasta, "Minas Gerais conta com 2.795 leitos de UTI que poderão ser utilizados para atendimento dos casos graves de infecção pelo coronavírus".
Também ressaltou que, além do Expominas, o governo disponibilizou R$ 71 milhões para municipíos e hospitais ligados ao programa Pro-Hosp.
Além disso, haverá um aporte excepcional de 25% do valor do Pró-Hosp Gestão Compartilhada para alguns hospitais da Região Metropolitana de Belo Horizonte.