O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, afirmou que o estado já prevê rombo de R$ 7,5 bilhões na arrecadação deste ano por causa do isolamento social devido à pandemia do coronavírus, causador da doença COVID-19. Em entrevista ao programa MGTV, da Globo Minas, nesta terça-feira (31), ele destacou que um estudo para flexibilização das medidas de quarentena está sendo realizado e manteve o discurso da necessidade de reabertura de lojas de alguns setores da economia por receio à falta de alimentos e medicamentos à população.
Ele evitou, porém, de alinhar essa defesa à feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que vem pregando a volta ao trabalho das pessoas que não integram o grupo de risco. Mas também não criticou o chefe do Executivo nacional, de quem é aliado político. "Tenho procurado seguir opiniões de especialistas em epidemias para fazer o melhor para o povo mineiro. É isso o que tem sido feito".
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Zema: 'estudos sobre flexibilização do isolamento social em Minas estão mantidos' Comerciantes fazem carreata em Sete Lagoas, e prefeito diz que abertura de lojas depende de ZemaCoronavírus: Zema admite estudar a abertura de alguns setores do comércio em MinasZema prevê retorno de jogos e espetáculos só a partir de maioTeste rápido de coronavírus pode ajudar a pôr fim ao isolamento, dizem especialistasAssociação de advogados pressiona Divinópolis a liberar todo o comércioCoronavírus: Exército vai ajudar no combate à pandemia em Minas Coronavírus: Vale vai antecipar R$500 milhões ao estado para investimentos na saúdeBombeiros socorrem vítima com suspeita de coronavírus que teve convulsão em BH“Nossa previsão para este ano, caso se confirme o que os economistas estão prevendo de pior, é de redução de R$ 7,5 bilhões na arrecadação. Isso representa duas folhas de pagamento do estado. Pode comprometer ainda mais nossas finanças, que estão bastante ruins”, ressaltou.
O governador informou que convocou laboratórios privados para realizar exames de dianóstico para o coronavírus. Segundo Zema, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) dobrará o número de testes.
“Hoje, são 200 por dia. Amanhã (nesta quarta, 1º) já passa para 400 por dia. Em dois ou três dias, poderá passar para 1.800 por dia após o treinamento das pessoas que chegam para reforçar”, previu. “Já convocamos laboratórios privados para que também passem a fazer esses exames”, complementou.
“Hoje, são 200 por dia. Amanhã (nesta quarta, 1º) já passa para 400 por dia. Em dois ou três dias, poderá passar para 1.800 por dia após o treinamento das pessoas que chegam para reforçar”, previu. “Já convocamos laboratórios privados para que também passem a fazer esses exames”, complementou.
Zema revelou que o estado ainda receberá um lote para exames enviados pelo governo federal. "Minas vai receber cerca de 40 mil desses exames. Esse exame está em falta no mercado. A pessoa consegue encontrá-lo, mas por um valor extremamente elevado. Estamos tomando todas as medidas que estão ao nosso alcance”, assegurou.
Zema garantiu também que já tomou medidas para aumentar o estoque de equipamentos de proteção a profissionais da saúde. Trabalhadores da área denunciaram a falta dos produtos básicos para prevenção ao vírus e contato com pacientes.
“Neste frenesi todo, eventualmente pode estar havendo alguma falta em algum lugar do estado. Produtos sumiram do mercado. Muitas vezes, estão com preço lá em cima. Várias indústrias já foram acionados e estão se adequando para produzir esses produtos. Presidiários estão produzindo máscaras. Nos próximos dias, a situação já deve ter sido regularizada”.
Outros pontos da entrevista de Zema
Recomendações da OMS sendo adequadas
"Temos de tratar de forma diferente cidades diferentes. Mas que temos que tomar medidas de isolamento, temos. O grau delas é que pode variar. Toda medida está priorizando a vida humana".
Situação de Minas durante pandemia em relação a outros estados
"Nossa situação, proporcionalmente a outros Estados, é menos pior. Mas não estamos em condição de falar 'melhor'. Tomamos medidas preventivas com antecedência, e os casos estão avançando em velocidade muito menor que em outras regiões do Brasil. Nossas aulas foram suspensas antes das de São Paulo. Tudo isso tem contribuído para que nossa curva não esteja tão inclinada para cima. Os novos casos que têm sido mostrados diariamente comprovam isso”.
Assistência técnica como serviço essencial
"Precisamos das assistências técnicas. Tem caminhão parado por falta de lona de freio. As assistências técnicas precisam estar funcionando. Pararam tratores que estão plantando ou colhendo. A cadeia produtiva de alimentos não pode parar. Apareceram muitas reclamações de caminhões e tratores sem poder operar. Isso é perigoso, pois daqui a pouco o alimento fica escasso e mais caro. Tenho certeza que não é isso que a população quer”.
Posicionamento sobre isolamento social segue o tom crítico de Jair Bolsonaro?
"Tenho procurado seguir opiniões de especialistas em epidemias para fazer o melhor para o povo mineiro. É isso o que tem sido feito".