Elas fabricam produtos que embelezam e valorizam o corpo e elevam a autoestima. Agora, diante da epidemia do coronavírus, numa ação solidária, se dedicam a fazer um produto que não só protege, mas também garante a preservação da vida. Indústrias de moda íntima de Juruaia, a Capital da Lingerie, no Sul de Minas, decidiram fazer máscaras, usadas por profissionais de saúde no enfrentamento da COVID-19. Os produtos estão sendo doados para secretarias municipais de Saúde e hospitais da região.
A ação solidária conta com a participação de cerca de 20 fábricas de lingerie de Juruaia, que, na semana passada, tiveram que interromper a produção das peças íntimas femininas, em atendimento a decreto da prefeitura local, que estabeleceu a suspensão do comércio e outras atividades consideradas não essenciais, dentro do isolamento social, como prevenção à propagação da COVID-19. Não foi registrado nenhum caso da doença respiratória no município, de 10,5 mil habitantes, distante 440 quilômetros de Belo Horizonte e a 20 quilômetros da divisa com o estado de São Paulo.
“Estamos cuidando da saúde para que as pessoas possam evitar o contágio pelo coronavírus, com a esperança de que a pandemia passe logo e possamos retornar às nossas atividades normais. Também esperamos que a economia volte a funcionar em breve”, afirma a empresária Lúcia Iório, da Lingerie Lindelucy, que idealizou e iniciou a campanha de fabricação e doação das máscaras de proteção contra o vírus SARS-Cov-2, causador da pandemia.
Ela explica que estão sendo produzidas máscara de TNT (tecido não tecido), que são laváveis e tiveram o uso na proteção contra o coronavírus liberado pelo ministro da Saúde, Henrique Mandetta, segunda-feira. Na fabricação das máscaras, além do TNT são usados o elástico e o fio linho, matérias-primas das peças íntimas femininas, e o maquinário.
Lúcia Iório informa que, inicialmente, foram confeccionadas pela sua empresa e doadas 500 máscaras para a Secretaria Municipal de Saúde de Poços de Caldas (100 quilômetros de Juruaia). Mas, depois, cerca de 20 outras empresas da Capital da Lingerie abraçaram a campanha e, atualmente, estão sendo produzidas 12 mil máscaras. Com isso, a meta agora é ampliar a doação dos equipamentos de proteção individual para serviços de saúde e hospitais da região que atuam no enfrentamento da COVID-19. Ela lembra que as máscaras de TNT podem ser usada por pessoas comuns, fora do ambiente hospitalar.
A empresária disse que decidiu confeccionar as máscaras para do- ação depois de retornar de viagem ao Ceará, assim que surgiram os primeiros casos da COVID-19 no Brasil. “Passei por aeroportos e vi muita gente usando as máscaras. Quando cheguei em minha cidade, vi que não tinha máscaras no mercado. Fiquei muito triste com aquilo”, descreve Lúcia.
Foi aí que ela relata ter tido a ideia de produzir as máscaras, aproveitando a estrutura da fábrica de lingerie. “Levei o modelo de uma máscara para uma farmacêutica e ela aprovou”, detalha. Lúcia salienta ainda que, além de outras empresas de peças íntimas, a campanha solidária tem adesão de costureiras e cortadores, que se ofereceram para trabalhar voluntariamente na confecção do material, e de transportadores, que se dispuseram a fazer as entregas gratuitamente. “Estamos tendo uma atmosfera de harmonia, com muita gente querendo ajudar”, observa a empresária.
Outro exemplo
Em Monte Belo, outra cidade do Sul do estado, um grupo de sete costureiras, também ligadas à produção de peças íntimas femininas, produziu mais de 2 mil máscaras, doadas para a Santa Casa de Misericórdia, único hospital do município, de 13,16 mil habitantes, distante 404 quilômetros de Belo Horizonte. A produção do material de proteção individual começou por iniciativa da costureira Nilce Pereira Shinoda. Ela conta que ficou apreensiva com as notícias da pandemia e dispôs a contribuir com a Santa Casa da cidade, que estava com dificuldades para adquirir as máscaras cirúrgicas de fornecedores. “Se não servirmos enquanto estão precisando da gente, não serviremos para hora nenhuma,” pontua dona Nilce.
Para ler
É para eu fazer o quê? – Como responder à única pergunta que interessa ao tomador de decisão, de Cláudio Andrade Rego, é opção de leitura para o período de quarentena do coronavírus. Com 572 páginas, o livro (foto) trata de relações internacionais, política pública, ética e filosofia, filosofia moral, ciência política e administração. Em um trecho do livro, Cláudio Rego relata o episódio de uma grande empresa que foi invadida por um hacker e está totalmente paralisada nas suas atividades. A companhia recorre ao autor para resolver o problema que pode levar as ações da empresa a desabar nas bolsas de valores e o fato ter repercussão nacional, com prejuízos incalculáveis.
O que é o coronavírus?
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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