Em épocas de pandemia de coronavírus, os profissionais da saúde correm mais risco de serem contaminados. Médicos, enfermeiros, farmacêuticos e biomédicos estão na linha de frente na batalha contra a doença. Há outros profissionais da saúde que continuam expostos à COVID-19, porém, sem ligação direta com o combate ao coronavírus, como os dentistas. Afinal, como estão sendo os atendimentos odontológicos durante essa crise?
Leia Mais
Coronavírus: Prefeitura de BH interdita bar que desrespeitou decretoMúsico leva esperança aos vizinhos no Luxemburgo, em BHSaúde: isolamento é fundamental para conter casos da COVID-19 e desafogar hospitaisMinistério da Saúde convoca 14 categorias para combater coronavírusSegundo o Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais (CRO-MG), os dentistas devem atender somente casos de emergência e urgentes, conforme as classificações do Conselho Federal de odontologia (CFO). Além disso, os profissionais que forem do grupo de risco do coronavírus, ou que morarem com alguém do grupo de risco, não poderão realizar os atendimentos, com exceção para casos extremos.
O atendimento eletivo (quando não é urgente ou emergente), está suspenso em todos os consultórios odontológicos localizados em cidades que tenham casos confirmados da COVID-19, que são vizinhas de outro município com casos confirmados e em que o poder público municipal tenha suspendido as atividades comerciais ou determinado a quarentena.
Além disso, os dentistas terão de usar Equipamentos de Proteção Individual (EPI) durante os atendimentos, a fim de manter a segurança dos pacientes e dos profissionais. Isso inclui protetor facial, óculos de proteção, avental impermeável, luvas descartáveis, gorros e máscaras N95 (quando for usar aparelhos que produzam aerossóis) ou máscaras (para casos suspeitos ou confirmados de coronavírus).
Urgências e emergências odontológicas
Segundo CRO MG, casos de emergência odontológicas são “situações que potencializam o risco de morte”. Por exemplo, o abscesso dentário (bolsa em um dente causada por infecção). Já as urgências, são “situações que determinam prioridade no atendimento, mas não potencializam risco de morte”. Como, cáries, traumatismo e inflamações. Para auxiliar os profissionais, o CRO publicou uma cartilha, em seu site oficial, com orientações.
Perigos do coronavírus para os dentistas
A cirurgiã-dentista Vinciane Raquel Duarte afirma que os dentistas são uma das profissões mais propensas a contrair o coronavírus. “Pela proximidade com o paciente (por estar a menos de um metro de distancia) e por usar aparelhos com aerossóis que espalham gotículas de salivas e sangue o tempo todo. Caso o paciente esteja contaminado, ficamos expostos à COVID-19”, afirma a dentista. A saliva é uma forma de transmissão direta do coronavírus.
Além dos aparelhos de spray espalharem as gotículas de saliva e sangue em um raio de até dois metros, onsultórios têm cuspideiras onde ficam depositados resíduos de saliva e sangue do paciente. “O perigo é que, mesmo bem higienizado, o vírus pode permanecer em superfícies sem vida por até nove dias”, observa a cirurgiã.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Murta