As cenas de terror registradas em algumas das grandes cidades do Equador, onde pessoas colocaram corpos de entes queridos nas ruas por não conseguirem enterrá-los, pode se repetir no Brasil. As autoridades têm trabalhado para que isso não ocorra, mas já admitem que, dependendo da curva de crescimento das vítimas fatais da pandemia da COVID-19, poderá haver o pior por aqui também.
No país vizinho, com medo de contágio pelo novo coronavírus, familiares de pessoas mortas entraram em desespero. Foi preciso uma força-tarefa montada pelo exército para recolher 150 corpos só em Guayaquil, cidade de 2,6 milhões de habitantes e localizada a 412km da capital, Quito.
Oficialmente, 3.163 casos da doença foram registrados no Equador, com 120 vítimas fatais. Só na província de Guayas, cuja capital é Guayaquil, são 2.243 infectados, ou 70,9% do total, com 82 óbitos. De acordo com Jorge Wated, porta-voz da presidência equatoriana, “falhas no sistema funerário” e o toque de recolher de 15 horas imposto em todo o território nacional atrapalharam a remoção de mortos em residências. Vídeos divulgados em redes sociais também mostram doentes amontoados do lado de fora de hospitais superlotados.
No Brasil, até a noite de quinta-feira, foram registrados 7.910 casos de COVID-19. As mortes chegaram a 299. Em Minas, conforme o balanço desta sexta-feira, são 397 casos confirmados e seis mortes.
A informação de quem uma quinta morte teria ocorrido, tendo sido a primeira no Brasil, em janeiro, não foi confirmada. “Nossa vigilância sanitária está levantando isso. Há controvérsias”, diz o secretário-adjunto.