Jornal Estado de Minas

Projeto social do Aglomerado da Serra faz máscaras de algodão

(foto: Lá da Favelinha/Divulgação)

O avanço do novo coronavírus nos países gerou uma escassez de máscaras de proteção no mundo todo. O cenário não é diferente em Belo Horizonte, onde encontrar o equipamento de segurança se tornou um grande desafio. Pensando nisso, uma cooperativa de moda sustentável do Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, está produzindo as máscaras feitas de algodão e não descartáveis.


Esses equipamentos estão sendo doados para os profissionais de saúde e voluntários que estão distribuindo cestas básicas dentro da comunidade. O Remexe Favelinha também recebe encomendas e 500 já foram entregues. A renda é convertida ao projeto social.

O Remexe Favelinha é um dos projetos do Centro Cultural Lá da Favelinha. “O remexe é mais do que etiqueta. A gente faz roupa feita de roupa, de roupa que existe”, conta Kdu dos Anjos, idealizador e líder do centro. Mas, com a expansão do número de casos do coronavírus, as atividades da cooperativa foram encerradas.

“Desde que entramos em quarentena, paramos com a produção. Mas, uma semana depois, soubemos de um chamamento publico na internet de pessoas que tivessem interesse em colaborar com profissionais de saúde da UPA Centro-sul com produção de jalecos”, conta. “As pessoas traziam material e nós confeccionávamos.” Em seguida, iniciaram a produção de máscaras.


Mas, tudo isso com todo cuidado que o período de pandemia exige. ”As máscaras são produzidas de acordo com as orientações do Ministério da Saúde. Nós tomamos todos os devidos cuidados”, garante Kdu. Apenas duas pessoas trabalham na costura do ateliê. “Tudo está sendo bem higienizado e esterilizado”, completa.

 

O mais interessante é que as máscaras são de algodão – bem estilosas – e ainda podem ser reutilizadas.

As máscaras caseiras funcionam muito bem como barreira mecânica de gotículas. “Qualquer pessoa pode fazer sua máscara de pano e utilizar, que vai funcionar e vai estar ajudando o sistema de saúde”, disse o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, em coletiva de imprensa ontem. O próprio Ministério da Saúde já tem até um manual para ensinar a fazer máscara caseira.

“Elas são reutilizadas. Mas precisa fazer uma higienização muito bem feita. É preciso ter muito cuidado para que, caso a pessoa esteja contaminada, não infecte outras pessoas quando for tirar a máscara”, acrescenta Kdu.


Algumas máscaras estão sendo distribuídas na comunidade. Outras são feitas sob encomendas de empresa e outras são encomendas particulares.

Ficou interessado? É só entrar em contato pelo Instagram: @LaDaFavelinha, @RemexeFavelinha ou @KduDosAnjos Financiamento coletivo

 

Lá da Favelinha 

 

 

A história do Centro Cultural Lá da Favelinha começou com uma oficina de rap e uma biblioteca comunitária do Aglomerado da Serra. Mas, diante das demandas da comunidade, foi possível perceber a necessidade de construir um espaço comunitário e de formação profissional.

A partir dessa ideia, a instituição deu passos e hoje é um Centro Cultural. O objetivo é incentivar o empreendedorismo criativo e comunitário, promovendo educação, cultura e desenvolvimento humano. 

Atualmente, oferece 13 oficinas gratuitas, voluntárias e semanais (teatro, vogue, capoeira, comunicação, espanhol, judô, terapia com arte, pilates, violão, stencil, dança espanhola, corpo e movimento e ritmo e poesia – rap), além da marca de moda sustentável, o Remexe.


Financiamento coletivo


Devido à pandemia do novo coronavírus, a instituição teve suas principais fontes de renda afetadas, que são as apresentações de dança, palestras e vendas da marca Remexe. Eles pedem ajuda e desenvolveram um financiamento coletivo.

O objetivo é arrecadar os recursos necessários para manter suas atividades e pagar os funcionários nos próximos meses. Com valores a partir de R$ 10 já é possível apoiar a iniciativa. Clique aqui para ajudar.