A Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) retificou, nesse sábado (4), dois dias depois da divulgação, números que indicavam um salto em mortes por insuficiência respiratória e pneumonia em Minas Gerais, na comparação entre os primeiros meses de 2019 e 2020. Os dados fazem parte do Portal da Transparência – plataforma eletrônica que reúne informações de serviços de registro de todo o país.
Ao divulgar as estatísticas que indicavam uma equivocada elevação nos óbitos por causas respiratórias neste ano em Minas, a associação justificou que o recorte havia sido feito por se tratarem de patologias relacionadas aos aspectos mais graves da COVID-19. Com isso, a intenção seria colaborar para evitar eventual subnotificação de casos fatais da virose que se alastra pelo mundo. Na ocasião, no entanto, a entidade ponderava que apenas uma morte havia sido oficialmente registrada em certidão em 2020 tendo como causa a nova doença. Ontem, a entidade informou que esse total foi corrigido para 22.
“A Arpen-Brasil informa que, em decorrência de um problema técnico de sincronização entre a base estadual mineira e a Central Nacional, os dados apresentados inicialmente sobre os óbitos causados por insuficiência respiratória e pneumonia no estado de Minas Gerais não representavam a realidade. Tão logo a entidade teve conhecimento da situação, foram tomadas todas as medidas necessárias e os dados do estado foram revisados e corrigidos”, informou a entidade em nota, no início da tarde de ontem. A associação representa a classe dos oficiais de registro civil de todo o país, que atendem à população em todos os estados brasileiros.
Na edição de sexta-feira, reproduzindo dados divulgados pela Arpen, o Estado de Minas publicou que somavam 445 os registros por mortes por quadros respiratórios nos cartórios de Minas Gerais, entre 1º de janeiro e 2 de abril deste ano, englobando insuficiência respiratória e pneumonia. No ano passado, as estatísticas divulgadas pela mesma entidade davam conta de 46 óbitos pelas mesmas razões. Os números correspondiam à atualização do portal da transparência às 18h de quinta-feira e estavam equivocados, como admitiu ontem a Arpen. Em função disso, a versão online da reportagem da última semana não está mais disponível.
O vice-presidente da Arpen-Brasil, Luis Carlos Vendramin Júnior, reconheceu o erro somente ontem. Ele afirmou que os números do estado são tabulados pelo Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de Minas Gerais (Recivil). “Por erro na plataforma do Portal da Transparência, o número de óbitos não foi inserido corretamente”, declarou Vendramin.