Quem comemora é o vendedor de picolé Iorias Pereira Malta, de 43 anos, que, após vários dias fracos, registrou um bom aumneto nas vendas. “Depois desse isolamento é o dia que vi isso aqui mais cheio. Querendo ou não, chega a hora que o povo não aguenta ficar 40 dias dentro de casa. Ou vem fazer um exercício, ou trazer o animal de estimação, ou trazer as crianças para dar uma passeada, e depois retorna para casa" conta o ambulante, reclamando que, até o momento, não recebeu nenhuma ajuda do governo.
Tharcilla Layne levou o filho, Gabriel, de dois anos, para passear na Pampulha e relata que tem receio quanto à doença. “Estou tomando toda a precaução. Ficar em casa é dificil, ainda mais com duas crianças. Então, por mais que a gente tenha medo, tem hora que precisa desestressar um pouco”, explica. Ela conta um pouco da rotina atual. Enquanto cuida dos filhos, o marido precisa continuar trabalhando. “Não sei mais o que que invento dentro de casa, estou igual a uma professora. Não é facil lidar. O meu filho mais velho está compreendendo a situação, fala que ‘a gente não pode sair por causa do bichinho’. Mas, logo logo passa e a gente vai poder se divertir" disse, otimista.
Ao lado da filha Jennifer Franciele Almeida Rodrigues, a consultora de vendas Adriana Rodrigues de Almeida estava fazendo o primeiro passeio depois de três semanas de confinamento. “Tenho evitado sair, mas está muito difícil ficar em casa. Acho que ficar assim, ao ar livre, sem aglomeração, não tem nada a ver”, avaliou, apesar de também achar que a orla da Lagoa da Pampulha está muito cheia para uma situção de epidemia.
“Moramos no Bairro Nacional, aqui pertinho. Ficar só dentro de casa é impossivel, não tem muita opção. Aqui a gente pode praticar um esporte... é só uma fugidinha, uma horinha só”, justifica Jennifer.
Artes marciais em tempos de coronavírus
Próximo dali, uma cena improvável: um grupo praticando Kickboxing, um esporte de contato, em tempos de pandemia de coronavírus. Instrutor de Muay Thay, Felipe Gomes explica que ele e seus amigos, integrantes da torcida organizada Galoucura, haviam acabado de praticar corrida e agora estavam treinando artes marciais. “O risco de contágio existe, mas a gente tem todo o cuidado. Limpamos os equipamentos com Lisoform e álcool, entendeu? Mas, para quem está acostumado a praticar esporte, é muito difícil ficar em casa”, afirma.Ainda que seja tedioso ficar tanto tempo em casa, além das boas práticas de higiene pessoal, o isolamento social ainda é a principal recomendação de todos os organismos de saúde. A meida se fez necessária para retardar a propagação do coronavírus e o pico da doença no Brasil, adiando um possível colapso do sistema de saúde e dando mais tempo para ele se preparar com mais leitos e equipamentos.
Prefeitura mantém restrições
Por meio de sua assessoria, a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte afirmou que não irá recuar das medidas restritivas já tomadas, inclusive com o fechamento das praças da Liberdade e JK.