Na semana em que se completa um mês da primeira confirmação de contaminação pela coronavírus em Minas, foram registradas nove mortes pela COVID-19 no estado, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), nesta segunda (6). Houve um crescimento de 50% em relação ao boletim epidemiológico anterior, de 5 de abril, passando de seis para nove mortes.
Até o momento são 47.715 casos suspeitos e 498 foram confirmados. Não é possível saber com precisão o percentual de letalidade na doença. Até o momento são nove mortes, mas um número bem maior aguarda resposta de testes: 84 óbitos estão em investigação, 119.
O nono paciente que teve a morte confirmada por COVID-19 é um homem de 72 anos de Ouro Fino. Ele começou a apresentar sintomas no dia 21 de março e faleceu no domingo (5). A maioria dos pacientes que morreram tem idades acima de 60 anos: uma mulher e um homem de 82 anos, um homem de 66, outro de 76 em Belo Horizonte; um homem de 80 e uma mulher de 61 anos em Uberlândia; m homem de 72 anos em Montes Claros. Foi confirmada a morte de um homem de 44 anos em Mariana.
O primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus foi confirmado no dia 9 de março: uma mulher de 47 anos, moradora de Divinópolis, na Região Centro-Oeste do estado, que esteve na Itália e retornou ao país no último dia 2.
"O governo do Estado vacilou no início. Tinha que ser mais duro na questão do isolamento social, usar mais dessa ferramenta. A única forma da gente combater essa epidemia, conseguir vencer e sair com menos mortes, é o isolamento social e a lavação de mãos", afirna o clínico infectologista Unaí Tupinambás, professor da UFMG chefe do serviço de infectologia do Hospital das Clínicas.
Ele lembra que essas medidas foram usadas na China, país com 1,4 bilhão de habitantes que conseguiu controlar a epidemia. "Eles venceram a epidemia. Hoje estão com 83 mil casos. Os Estados Unidos que demoraram alguns meses para deter a pandemia está com mais de 200 mil casos e número de óbitos maior do que na China", diz. Ele reforça que o governo do estado precisa ser "mais rigoroso e enfático" nas medidas de isolamento social.
Paralelo, o infectologista defende que o governo teria que fazer redução dos danos. "Anistia de aluguel, conta de água, luz e telefone, bem como cobrar do governo federal a renda mínima para poder reduzir esses impactos nos trabalhadores precarizados"
O que é o coronavírus?
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.
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