Jornal Estado de Minas

'Não estou vendo agilidade no teste diagnóstico', diz infectologista da UFMG

O infectologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Unaí Tupinambás, aponta que a testagem é o maior desafio no enfrentamento ao novo coronavírus no Brasil. De acordo com o último informativo epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde, 47.715 casos aguardam diagnóstico e apenas 525 haviam sido confirmados em Minas.



 

Depois de um mês em que foi registrado o primeiro caso da COVID-19 em Minas, o especialista não viu avanços significativos no número de testes. "A questão que me preocupa muito é que não estou vendo agilidade no teste de diagnóstico. Precisamos testar mais e com mais agilidade. Não avançamos, nas primeiras semanas, na questão dos diagnósticos. A gente tem que melhorar", completa.

 

O professor reconhece que é um problema conjuntural a escassez de exames, mas ele ressalta que a testagem é imprescindível para o enfrentamento da doença. "Os números são muito maiores do que estão sendo apresentado. É importante para a população ficar mais convencida de que deve fazer o isolamento social. 

 

REFORÇO NA TESTAGEM 

 

Em entrevista coletiva, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) Carlos Eduardo Amaral, informou que haverá  um reforço no diagnóstico dos casos de coronavírus no Estado. A previsão é passar de 400 testes diários para 1,8 mil a partir de 2 de abril.



 

Juntam-se aos laboratórios credenciados os laboratórios da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que passaram a realizar os testes desde aquela data. "Além da capacidade operacional da Funed, estamos iniciando uma rede de laboratórios no Estado e a UFMG vai fazer parte disso. Com isso buscamos realizar mais diagnósticos da população mineira. Atualmente, os exames realizados no Estado são por diagnósticos via PCR, ou seja, é analisado a presença do vírus na mucosa e secreções nasais do paciente. Com o PCR identificamos as pessoas que têm a presença do vírus, confirmando como positivo para o coronavírus, ou seja, a pessoa está com o vírus", explicou.

 

O que é o coronavírus?

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Como a COVID-19 é transmitida?

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia


Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o coronavírus é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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