Minas Gerais só vai liberar eventos que provoquem aglomerações de pessoas a partir de maio, quando prevê que a pandemia do coronavírus estará estabilizada no estado, antecipou ontem o governador Romeu Zema (Novo). Em entrevista à Rádio Itatiaia, o chefe do Executivo continua defendendo o isolamento social nos próximos dias, prevendo que jogos de futebol, shows e espetáculos possam retornar a partir do mês que vem.
O governador mantém a avaliação otimista de que Minas vai superar a doença em breve, mas defende que todos continuem fazendo sua parte na prevenção da COVID-19: “Eu penso que antes de maio nenhuma escola funciona, cinema, casa de shows, jogos de futebol, que é onde temos centenas ou milhares de pessoas. Esse isolamento que está em vigor precisa continuar. Aqueles que não dependem de sair de casa devem ficar”.
Zema vem analisando com a Secretaria Estadual de Saúde (SES) o balanço de casos da doença e acredita que, aos poucos, poderá determinar a volta do comércio na capital e no interior: “O número de novos casos aumenta dia a dia, mas com uma tendência à estabilidade e, posteriormente, até um decréscimo. Nos torna animados com relação a uma medida de flexibilização nos próximos dias. Estamos acompanhando essa curva hora a hora. No interior, temos centenas de cidades com nem sequer um caso. Os prefeitos têm autonomia para flexibilizar as medidas, alguns fizeram isso sem causar nenhum problema”.
Ele tem se mostrado preocupado com os rumos da economia, que sofrerá um abalo em virtude da pandemia. O governo mineiro prevê que perderá R$ 7,5 bilhões de arrecadação do ICMS por causa da queda no consumo diário. Por isso, Zema entende que alguns setores poderão recuperar o prejuízo de forma gradativa, à medida que voltarem ao trabalho normalmente.
O governador destaca que, nas cidades do interior, a transmissão do coronavírus tem sido controlada por causa dos decretos de isolamento social: “Minas tem 853 municípios e em centenas deles não teve nenhum caso. O grande problema do coronavírus são as grandes aglomerações. Em cidades pequenas, sequer temos transporte coletivo, muito menos metrô, sem aglomerações, o que fica difícil a propagação do vírus. Estamos analisando, mas julgo que atividades essenciais, como o transporte e o que envolve toda cadeia alimentar, precisam cooperar”.