Jornal Estado de Minas

COVID-19

Hospitais de BH preparam leitos de UTI para receber pacientes com coronavírus

A alta demanda por atendimento em tempos de coronavírius levou hospitais de Belo Horizonte a se reestruturar para o período de crise. Entre eles figuram o Semper, que apostou na compra e recuperação de respiradores, e o Madre Teresa, que abriu novos leitos de UTI.



Com 48 leitos de terapia intensiva divididos em três unidades isoladas entre si, e 21 leitos preparados especificamente para a COVID-19, o Semper adquiriu 18 respiradores e recuperou oito que estavam em manutenção.

A unidade dispõe ainda de ala de internação segmentada para receber os pacientes menos graves da COVID-19, sem contato com os outros setores do hospital. Nesse caso, são 13 leitos, com possibilidade de ampliação. "Criamos mais duas equipes médicas de plantão em CTI e uma equipe clínica específicas para atendimento de pacientes coronavírus, com pneumologistas, infectologistas e clínicos gerais, além do suporte de todas as especialidades que aqui já atendem", detalha o diretor-presidente do Semper, cardiologista Carlos Eduardo Diniz Couto.

Foram suspensos todos os procedimentos eletivos cujo adiamento não causasse risco para o paciente. Assim, o CTI está com ocupação de 65%, contra média normalmente superior a 95%. Essa redução se deve à suspensão de atendimentos e cirurgias eletivas devido à pandemia. “Temos planejado a reestruturação do hospital desde o fluxo de entrada dos pacientes, com diferenciação de equipes médicas e local de atendimento com barreiras físicas entre pacientes com sintomas respiratórios e outros em geral”, indica Couto.



O Semper criou um comitê de crise para lidar com a situação. Todos os colaboradores receberam treinamento para atuação frente à doença. Diante da propagação do coronavírus, a alta no preço dos insumos foi um problema extra. "Temos sofrido muito com a dificuldade de aquisição e os altíssimos custos de EPIs. Uma máscara cirúrgica que era vendida a 10 centavos hoje é ofertada por até R$ 5, por exemplo”, reclama Couto. 

As projeções para a curva da COVID-19, segundo o presidente, “são as mesmas do estado quanto à perspectiva de aumento dos casos nos próximos 14 dias". Ainda assim, pacientes que se internam com outras patologias continuam sendo atendidos normalmente.


Madre Teresa

A direção do Hospital Madre Teresa informou em nota que foram criados 20 novos leitos de UTI, obedecendo a uma reestruturação para se adequar aos procedimentos durante a pandemia, além de área específica para atendimento de casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus, sendo um setor de apartamentos e outro de enfermaria. Foi montado um comitê de gestão de crise, com reuniões diárias para “analisar dados da COVID-19 e orientar o corpo clínico de funcionários na tomada de decisões “auxiliando no estabelecimento de protocolos e rotinas de atendimento como a criação de um pronto-atendimento exclusivo para atendimento a pessoas com sintomas gripais, ou suspeitos”.



Foram suspensas as cirurgias eletivas e mantidas as de urgências e emergência e as cirurgias oncológicas. “O Madre Teresa conta com equipe médica e técnica treinada para atender casos de COVID-19, além de enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, cerca de 70 médicos de terapia intensiva e toda orientação coordenada pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e a pneumologia.”

Os pacientes de urgência em ortopedia, cirurgia geral, neurologia, cardiologia e clínica médica continuam recebendo atendimento em setor separado e exclusivo, no pronto-atendimento da Portaria 3.

A nota do hospital, no entanto, ressalta que, para ampliar ainda mais o atendimento, há necessidade de ajuda oficial. "Teríamos de ter auxílio do estado e do município, principalmente para aquisição de equipamentos, aparelhos e insumos já em falta neste momento”.