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Estado de Minas PANDEMIA

Brasileira tem viagem a Paris interrompida e não consegue retornar ao Brasil

Mulher que tem família no Triângulo e a neta estão numa casa cedida por portuguesa e, com mala extraviada, vestem roupas doadas


postado em 06/04/2020 18:41 / atualizado em 06/04/2020 23:27

Como estão sem mala, Kátia e neta vestem roupas de frio que foram doadas(foto: Reprodução Instagram)
Como estão sem mala, Kátia e neta vestem roupas de frio que foram doadas (foto: Reprodução Instagram)

Imagine uma viagem do Brasil à França para visitar a filha e, numa escala, ser proibido de seguir viagem. Pior que isso, sem conseguir retornar para casa. Pois isso ocorreu com a aposentada, ex-funcionária pública, a goiana Kátia Regina Mundim, de 58 anos, que é de família mineira, do Triângulo, acompanhada de uma neta.

Ambas foram obrigadas a permanecer em Portugal. Ao lado de Giovanna, de 12 anos, ela agora afirma passar dificuldades e apreensão, pois sofre de depressão e depende de remédios que estão acabando e que só podem ser adquiridos com receita médica.

Kátia saiu de Goiânia para São Paulo e de lá voou rumo a Paris, para passar uns dias com a filha, Marcella Mundim Martins Barbosa, com escala em Lisboa. Na capital portuguesa começou seu sofrimento. Apenas com a bagagem de mão, pois a principal havia sido despachada para Paris, não teve o embarque permitido para a capital francesa.

Como não residia na cidade, não estava autorizada a tomar o voo, de acordo com funcionário da TAP que a atendeu. “O homem me disse que não poderia embarcar, pois somente poderiam entrar na França quem fosse nativo ou tivesse residência lá”.

Sem dinheiro e sem malas, Kátia recorreu à empresa aérea. “Fui à TAP e eles não quiseram pagar o hotel. Liguei para a minha filha, que mandou que fosse para um hotel. Ela pagou a diária absurda de 60 euros. Ficamos lá uma semana”.

Sofrimento em Paris

Em Paris, Marcella, que é casada com um português e que trabalha como cuidadora de idosos, se desespera. “Não sabia o que poderia fazer para ajudar minha mãe. Queria buscá-la, mas se sair da França não poderia mais voltar, pois minha nacionalidade agora é portuguesa”.

Ela recorreu às redes sociais e conseguiu a indicação da casa de um homem para hospedar a sua mãe e a sobrinha. “A Giovanna é minha afilhada. Paguei 500 euros para elas ficarem lá, por pelo menos uma semana. Foi o preço que ele cobrou. Mas havia outro problema, a mala despachada para Paris. E aqui está frio. Elas não têm roupas de frio”.

A solução encontrada por Marcella, mais uma vez, estava nas redes sociais. “Coloquei um aviso, contando que minha mãe estava com problemas e como as lojas estão fechadas, não havia como comprar roupa de frio. Uma senhora, muito cordata, respondeu e pediu o endereço onde ela estava. Passei e ela levou agasalhos usados lá”.

Surgiu daí um novo problema. O dono da casa, segundo Kátia, não gostou do episódio e a colocou para fora. “Ele só avisou pra minha filha, depois de reclamar que ela não deveria ter falado nada nas redes sociais, que estava nos colocando para fora. Fomos pra rua”, conta Kátia.

Novamente nas redes sociais, Marcella escreve pedindo ajuda e aparece uma senhora, Leni, que se dispõe a ajudar Kátia e a neta. Ambas foram levadas para a casa dela, onde permaneciam até esta segunda-feira (6).

E como a receita para a mãe, que sofre de depressão, estava na mala enviada a Paris, além de parte dos medicamentos, Marcella teve de encontrar mais uma solução: pediu a um psiquiatra amigo da família para prescrever uma receita, enviada a Kátia por WhatsApp. Só assim conseguiu adquirir os remédios. “Mas já estão acabando novamente. Precisarei comprar mais ainda nesta semana. Estou preocupada. Não sei o que será de mim e da minha neta”.

Última cartada

Marcella conta que tenta entrar em contato com a TAP, para tentar pelo menos, que a mãe volte para o Brasil. “Está muito caro, pois até agora paguei tudo. E estou sem serviço, pois com a pandemia meus clientes cancelaram. Se ela estivesse aqui, estaria amparada e não estaríamos gastando. Mas longe, não posso deixar que lhe falte nada”.

No domingo, Marcella tomou uma medida radical. Decidiu escrever uma carta para o presidente Jair Bolsonaro, enviada por meio de seu perfil no Instagram, pedindo ajuda. “Gostaria que ele intercedesse em favor da minha mãe. É a única esperança que tenho agora”.
(foto: Reprodução Instagram)
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