O uso de máscaras poderá ser obrigatório em Montes Claros para quem frequentar espaços públicos. O prefeito da cidade do Norte de Minas, Humberto Souto (Cidadania), pretende determinar essa regra como mais uma medida de prevenção contra a transmissão do coronavírus.
Ele anunciou que estuda a adoção da medida, em entrevista ao Estado de Minas, nesta segunda-feira (6). A iniciativa envolverá uma grande indústria da cidade, que se dispôs a doar as máscaras para a comunidade.
No domingo (5), a Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, que tem 404 mil habitantes, confirmou o primeiro óbito por COVID-19, um aposentado de 69 anos, que é também o primeiro caso confirmado da doença no município. O caso também foi confirmado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio de boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira. Segundo a SES, Minas Gerais tem confirmadas nove mortes provocadas pela doença e 119 óbitos estão em investigação. Até o momento, são 47.715 casos de pacientes suspeitos e 498 foram confirmados no estado.
Humberto Souto adiantou que pretende determinar o uso obrigatório de máscaras pela população em espaços públicos para o controle da COVID-19 por meio de um decreto. No entanto, antes de assiná-lo, a prefeitura vai providenciar o fornecimento de máscaras para os moradores.
Os equipamentos de segurança deverão ser doados pela empresa Coteminas, maior grupo têxtil do Brasil, que conta com três unidades em Montes Claros, onde a empresa foi fundada, em 1967, pelo ex-vice-presidente da República José Alencar Gomes da Silva (1931-2011) e pelo empresário e ex-deputado Luiz de Paula Ferreira (1917-2017).
O prefeito disse que está em entendimento com o presidente do grupo, Josué Alencar, e com outros diretores da empresa para a doação. “A previsão inicial é da doação de 1 milhão de máscaras para que possamos fazer a distribuição em Montes Claros”, informou Souto, acrescentando que as conversas ainda estão em andamento.
Ele disse que assim que a doação for efetivada, vai assinar o decreto sobre a necessidade das máscaras pelos moradores em espaços públicos, medida que foi adotada nos Estados Unidos. “Somente não poderemos obrigar o cidadão a usar a máscara dentro da casa dele”, pontua Souto.
As restrições ao comércio não essencial em Montes Claros foram impostas desde 23 de março. No dia 27, comerciantes da cidade fizeram uma passeata pedindo a reabertura de suas lojas, sob os argumentos que estavam enfrentando muitos prejuízos com a suspensão das atividades.
Em resposta, Humberto Souto gravou um vídeo lembrando das consequências catastróficas sofridas por localidades que não adotaram o isolamento social. “Ora, se nós sabemos que em outros lugares, em outros países, milhares de pessoas morreram porque você (o gestor) não tomou as providências (devidas), ao invés de faltar comida, faltou caixão, como em Milão, por exemplo, na Itália. Então, o que prefeito tem que fazer? Resistir a essas pressões... A população está preocupada com (a possibilidade de) o prefeito abrir demais e fazer com que a doença dissemine e mate milhares de pessoas em Montes Claros”, assegurou.