Jornal Estado de Minas

CORONAVÍRUS

Zema defende isolamento social: 'Não é o momento de flexibilizar'

O governador conversou com o jornal diretamente da Cidade Administrativa (foto: Divulgação/ Governo de Minas)
O governador Romeu Zema (NOVO) defendeu a manutenção das medidas de isolamento social como forma de prevenção ao novo coronavírus em Minas Gerais, especialmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Não é ainda o momento de flexibilizar”, declarou, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas na tarde desta terça-feira.



De acordo com o governador, a Região Metropolitana exige mais cuidados por concentrar “mais de 60% dos casos” confirmados da COVID-19. Como contraponto, porém, Zema disse entender que as medidas de prevenção não devem ser as mesmas em todas as cidades mineiras.

“Tenho acompanhado muitos prefeitos que liberaram as atividades em suas cidades, tomando os devidos cuidados. Lembrando que isso é atribuição do prefeito. Ele, a partir do momento em que o STF decidiu, há duas semanas, pelo estado de calamidade pública, tem total autonomia para barrar ou autorizar qualquer atividade, muito mais que o governador. Eu, como governador, tenho que acatar aquilo que o prefeito faz. Nós temos regiões do estado que não tiveram casos e que o prefeito está confortável. Então, cada caso é um caso. É difícil de generalizar”, prosseguiu.

Segundo boletim epidemiológico divulgado na manhã desta terça-feira pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), Minas Gerais tem 559 casos confirmados do novo coronavírus. Em relação a essa segunda, o número de mortes em decorrência da doença subiu de nove para 11. Outros 100 óbitos estão em investigação.



‘Sacrifício’




No entendimento de Zema, o momento é de fazer ‘sacrifícios’ para conter o avanço da COVID-19 no estado. Segundo o governador, a decisão mais difícil tomada por ele desde a chegada da pandemia a Minas, há um mês, foi fechar o comércio e, com isso, mudar a rotina de trabalhadores.

“Eu diria que a decisão mais difícil foi exatamente de ter de paralisar uma série de atividades que muitas vezes representam o ganha-pão de muitas pessoas. Quando nós decidimos que os shoppings centers não poderiam ficar abertos e que muitos estabelecimentos comerciais deveriam fechar, o reflexo disso foi que muitas pessoas deixaram de ter alguma renda. Sempre tinha alguma faxineira que ia limpar esses locais e o garçom que atendia alguém no restaurante ou no bar. Isso acabou afetando a vida de muitos. Mas em nome de preservar a vida, você acaba tendo que exigir algum sacrifício”, disse.

Em seguida, Zema citou o auxílio emergencial que será repassado pelo governo federal a trabalhadores informais e desempregados. O chamado "coronavoucher" distribuirá R$ 600 por três meses a quem tiver direito. "Espero que o governo federal implemente rapidamente essa medida de auxílio, que já anunciou, mas está tendo alguma dificuldade para operacionalizar, porque isso vai pelo menos proporcionar que as pessoas continuem se alimentando de forma adequada até que todo esse transtorno passe", completou Zema.