Pesquisadores do Centro Federal de Estudos Tecnológicos de Minas Gerais (Cefet-MG) constaram que o céu visto de Belo Horizonte e região metropolitana está mais limpo no período de isolamento social pelo coronavírus (COVID-19). O fenômeno pode ser explicado pela redução nas taxas de poluição durante a pandemia, conforme apontou um estudo da instituição. Estrelas menos visíveis em BH estão mais brilhantes.
“Além da contribuição da mudança de estação, a quarentena das pessoas diminui bastante o fluxo de carros, reduzindo a quantidade de dióxido de carbono e nitrogênio lançados à atmosfera. Essa redução deixa o céu mais ‘transparente’ à luz que vem das estrelas, o que gera uma queda”, explicou Leonardo Gabriel, da Coordenação de Ciências e membro do Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia do Cefet-MG
“Isso também diminui os efeitos de inversão térmica que, juntamente com a queda na poluição luminosa da cidade, explica a melhoria da qualidade do céu”, acrescentou Leonardo.
Os astrofotógrafos Vinicius Januário e Warley Souza captaram detalhes celestiais durante o período. “Em Contagem, o céu está mais limpo, principalmente na parte baixa, próxima ao horizonte, onde a poluição costuma ser bem perceptível”, comentou Vinícius.
Em contraposição, em Timóteo, no Vale do Aço, onde indústrias siderúrgicas não pararam, houve pouca diferença no céu. Apenas mudanças naturais ocasionadas pela chegada do outono foram notadas, segundo Wesley.