O cenário é de filme pré-apocalíptico: homens cobertos da cabeça aos pés aplicam soluções desinfetantes no espaço público. Em volta deles, soldados do exército equipados com máscaras sanitárias e escopetas garantem a segurança da operação. A cena, no entanto, é da vida real - início de uma rotina que deve fazer parte do cotidiano da capital mineira pelos próximos três meses, ou enquanto durar a pandemia de coronavírus. Trata-se da desinfecção da cidade.
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Treinamento de desinfecção das estações do Move em BHSecretaria de Saúde de Minas projeta pico dos casos de Covid-19 para começo de maioSecretário de Saúde pede 'bom senso' à população para feriado em MinasCaratinga e Bom Jesus do Galho receberão respiradores após determinação da Justiça do Trabalho'A responsabilidade é muito grande': intensivista narra rotina da 'guerra' contra coronavírus em BHCoronavírus: Prefeita de Vespasiano esclarece reabertura gradativa do comércioNova Serrana tem primeiro caso de morte por COVID-19 confirmadaCom queda de 70% no número de passageiros, empresas de ônibus de BH parcelam saláriosCoronavírus: veja o que pode e o que não pode funcionar em BH a partir desta quintaO grupo passou os últimos três dias com oficiais da Seção de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do exército do Rio de Janeiro, absorvendo conhecimentos sobre descontaminação de ambientes. Hoje, vieram a campo para aplicar o que aprenderam, o que chamam de “missão real”.
Água sanitária
O Capitão Decastro, da Escola de Instrução Especializada do exército do Rio, explica que, para desinfetar a estação do Move da Bernardo Monteiro, os agentes utilizam 260 litros de uma mistura de água e hipoclorito de sódio na concentração de 0,5%. As roupas especiais - macacão, luvas, botas e óculos - evitam a contaminação pelo vírus da COVID-19 e protegem contra a corrosão provocada pelo cloro.
“Aplicamos a solução em todo o ambiente, mas, principalmente, nas áreas em que há maior contato físico das pessoas, como corrimãos, vidros e bancos. Esperamos a mistura agir por 10 minutos e, então, enxaguamos. Logo depois da operação, os agentes também precisam ser higienizados com água e sabão, para evitar o contágio pelo coronavírus”, detalha o capitão Decastro.
De acordo com o Major Martins Ribeiro, Oficial de Planejamento da Região Militar, as áreas a serem desinfetadas serão determinadas pelas prefeituras de BH e Região Metropolitana, junto com as corporações e agências diversas. “Claro que não dá para higienizar umam cidade inteira. A ideia é focar nas áreas de maior circulação de pessoas, como áreas de embarque do transporte público, rodoviária e locais do gênero”, esclarece.