Jornal Estado de Minas

CENÁRIO DE FILME

Coronavírus: Avenida Bernardo Monteiro inaugura rotina de desinfecção das ruas de BH

O cenário é de filme pré-apocalíptico: homens cobertos da cabeça aos pés aplicam soluções desinfetantes no espaço público. Em volta deles, soldados do exército equipados com máscaras sanitárias e escopetas garantem a segurança da operação. A cena, no entanto, é da vida real - início de uma rotina que deve fazer parte do cotidiano da capital mineira pelos próximos três meses, ou enquanto durar a pandemia de coronavírus. Trata-se da desinfecção da cidade



O procedimento foi inaugurado nesta quinta-feira (9), na estação do Move da Avenida Bernardo Monteiro, no Bairro Santa EfigêniaRegião Leste de Belo Horizonte. A ação coroa o final de um curso de qualificação oferecido a 80 funcionários públicos de 14 municípios mineiros, entre policiais militares, guardas municipais, bombeiros, agentes da Defesa Civil e da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) . 



O grupo passou os últimos três dias com oficiais da Seção de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear do exército do Rio de Janeiro, absorvendo conhecimentos sobre descontaminação de ambientes. Hoje, vieram a campo para aplicar o que aprenderam, o que chamam de “missão real”. 

Água sanitária

O Capitão Decastro, da Escola de Instrução Especializada do exército do Rio, explica que, para desinfetar a estação do Move da Bernardo Monteiro, os agentes utilizam 260 litros de uma mistura de água e hipoclorito de sódio na concentração de 0,5%. As roupas especiais - macacão, luvas, botas e óculos - evitam a contaminação pelo vírus da COVID-19 e protegem contra a corrosão provocada pelo cloro. 



“Aplicamos a solução em todo o ambiente, mas, principalmente, nas áreas em que há maior contato físico das pessoas, como corrimãos, vidros e bancos. Esperamos a mistura agir por 10 minutos e, então, enxaguamos. Logo depois da operação, os agentes também precisam ser higienizados com água e sabão, para evitar o contágio pelo coronavírus”, detalha o capitão Decastro. 

De acordo com o Major Martins Ribeiro, Oficial de Planejamento da Região Militar, as áreas a serem desinfetadas serão determinadas pelas prefeituras de BH e Região Metropolitana, junto com as corporações e agências diversas. “Claro que não dá para higienizar umam cidade inteira. A ideia é focar nas áreas de maior circulação de pessoas, como áreas de embarque do transporte público, rodoviária e locais do gênero”, esclarece.