Os funcionários do transporte coletivo por ônibus de Belo Horizonte já sentem os efeitos da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no bolso. Por causa da queda da arrecadação, em função da diminuição do número de passageiros na ordem de 70%, algumas empresas negociam o pagamento dos salários dos profissionais em três parcelas. Também há casos de redução de jornada de trabalho e gratificação.
Leia Mais
Primeira morte por coronavírus é confirmada em DivinópolisCoronavírus: veja o que pode e o que não pode funcionar em BH a partir desta quintaCoronavírus: Avenida Bernardo Monteiro inaugura rotina de desinfecção das ruas de BHCoronel Fabriciano move ação contra PBH por bloqueio de ônibus nas entradas de BH Coronavírus: três linhas do Move serão suspensas a partir de segunda em BHHospital de campanha é inaugurado no Fiat Clube de Betim“O que eu penso é o seguinte: claro que redução salarial nunca é bom, mas na atual situação que estamos vivendo, temos que entender que está difícil para todo mundo. Mas é como diz o ditado: melhor pingar do que faltar. Pelo menos a gente ainda está empregado. Não teve demissão”, disse.
Há também relatos de empresa que passará a pagar funcionários apenas pela hora trabalhada, o que pode significar uma redução considerável nos vencimentos, uma vez que o quadro de horários dos coletivos estão reduzidos, se comparado com dias normais. Hoje, o piso salarial dos motoristas, por exemplo, gira em torno de R$ 2.337,00.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH), algumas empresas negociam o pagamento dos salários em três vezes e que precisam aguardar a receita do dia da roleta para poder honrar com os débitos.
A entidade também destacou que todas as medidas estão sendo tomadas com base na Medida Provisória (MP) 936, do governo federal, que trata sobre o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.
Colapso no sistema
Com a queda no número de passageiros, que reflete diretamente na baixa arrecadação, o Setra admitiu que teme um colapso no transporte coletivo da capital mineira até o fim de abril. A entidade alerta que, além do pagamento dos funcionários, há outras despesas, como a compra de insumos, como o óleo diesel.
“A queda crescente de receita e de demanda de passageiros sinaliza para um colapso do sistema e que só com ajuda do poder público as empresas vão ter condições de enfrentar a crise honrando seus compromissos com salários e pagamento de óleo diesel para continuar operando”, disse, em nota.