A fim de evitar aglomerações e conter disseminação do novo coronavírus, o Ministério da Saúde recomendou que as cidades brasileiras fechassem o comércio. Em Minas Gerais, há dois extremos: enquanto algumas cidades permitem que os comércios voltem funcionar, outros fazem barricadas para impedir que as pessoas entrem no município.
Segundo o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, dos 853 municípios mineiros, mais de 150 liberaram a reabertura de estabelecimentos comerciais, entre elas, Caratinga, Vespasiano, Ipatinga, Timóteo e Inhapim, se destacam. Dessa forma, essas cidades estão permitindo que serviços, além dos de necessidade básicas, como farmácia e supermercado, sejam abertos.
Entretanto, a reabertura comercial não está sendo bem aceita por uma parte da população. Na última segunda-feira (6), o prefeito de Varginha, Antônio Silva (PTB), renunciou após pressionado a revogar o decreto que permitiu a reabertura do comércio na cidade. Em Lagoa Santa, o prefeito também voltou atrás na decisão de abrir parte dos estabelecimentos.
Além disso, as cidades que estão com atividades comerciais estão sendo impedidas de entrar em Belo Horizonte. Na última quarta-feira (8), um ônibus de Caratinga, que abriu o comércio, foi impedido de entrar na capital.
A decisão de reabertura do comércio em Cartinga deu-se após uma análise do comportamento do vírus na cidade. O prefeito, Wellington Moreira de Oliveira, afirma que as lojas da cidade podem voltar a funcionar já que não há casos de coronavírus na cidade. Entretanto, pelo Instagram, o prefeito reafirmou a importancia do isolamento social para pessoas que estão no grupo de risco e pediu que os moradores saiam de casa com responsabilidade.
Já em Ipatinga e Timóteo, o comércio foi aberto, na última quarta-feira (8), com algumas restrições. As lojas terão um novo horário de funcionamento e devem regular a quantidade de pessoas no estabelecimento. A decisão da prefeitura Ipatinguense foi baseada na queda no número de suspeitos de COVID-19.
Assim como o prefeito de Caratinga, o prefeito de Ipatinga afirmou que essa medida é uma flexibilização do comércio e pediu que as pessoas fiquem em casa e só saiam quando for necessário. Já o prefeito de Timóteo, Douglas Willkys, disse que “seria totalmente inócuo somente Timóteo manter o fechamento, sendo que as demais cidades estão abertas”.
Divinópolis também aplicou um novo decreto que permite lavanderias, assistência veterinária, transporte e entrega de cargas e seviços de ‘call center’ podem voltar a funcionar. A decisão foi tomada após um protesto feito por comerciantes locais pedindo a abertura comercial.
Entretanto, as medidas de flexibilização do comércio vão contra as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirma que o isolamento social é a maneira mais efetiva de combater o vírus. Em entrevista ao Estado de Minas, nesta terça-feira (7), o governador de Minas Gerais afirmou que "não é o momento para felixibilizar".
Enquanto isso, outros municípios reforçam os cuidados para evitar a aglomeração e impedir a propagação do COVID-19. As cidades São Francisco de Paula, Oliveira e Formiga decretaram, no dia 23 de março, o fechamento das estradas e a adoção de “barreiras” sanitárias. Além disso, estas cidades suspenderam as atividades comerciais.
Já em Montes Claros, a Prefeitura prorrogou as medidas de combate ao coronavírus. O comércio ficará fechado até o dia 21 de abril. Até esta data, está restrita a circulação de idosos na cidade.
Casos de coronavírus em Minas Gerais
Na última quinta-feira (9), a Secretaria de Saúde de Minas Gerais afirmou que o estado contabiliza 15 mortes por COVID-19. Além disso, outros 17 óbitos estão sendo investigados. São 655 casos confirmados de pessoas infectadas e outras 56.807 pessoas estão em investigação em todo o estado.*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Alves