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Estado de Minas

Estudo recomenda distância maior ao praticar esportes durante pandemia

Universidades da Bélgica e da Holanda alertam para risco de contaminação por COVID-19 em caminhadas, corridas e pedaladas


postado em 10/04/2020 13:21 / atualizado em 10/04/2020 14:08

Pesquisa internacional mostra que é preciso evitar proximidade ao praticar esportes na rua durante a pandemia de COVID-19(foto: Petter Ijokela/Pixabay)
Pesquisa internacional mostra que é preciso evitar proximidade ao praticar esportes na rua durante a pandemia de COVID-19 (foto: Petter Ijokela/Pixabay)

Apesar das recomendações das autoridades sanitárias para que as pessoas evitem sair de casa como forma de diminuir o risco de ser contaminado pelo novo cornavírus, muitas pessoas tem ido às ruas e avenidas para correr, pedalar ou caminhar, buscando manter a forma. Mas, se em circunstâncias normais é preciso manter distância de 1m a 2m para qualquer pessoa, praticando esporte isso deve ser ampliado em quatro vezes vezes.

Segundo estudo realizado por cientistas da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, e da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, é preciso levar em conta o tipo de atividade física e até a velocidade do vento para garantir segurança. Usando simulações em computador, concluíram que as gotículas de saliva e outros fluidos emitidas pelas pessoas durante exercícios ficam no ar, formando uma “nuvem” que será “atravessada” por quem está atrás ou em sentido contrário, se estiver muito perto.

Eles estudaram os movimentos que se faz andando, correndo e pedalando, e também diferentes posições: próximas umas das outras, na diagonal atrás uma da outra e diretamente atrás uma da outra. Normalmente, esse tipo de modelagem é usado para melhorar o nível de desempenho dos atletas, pois permanecer no “vácuo” de concorrente pode ser muito eficaz. Mas, ao olhar para a COVID-19, a recomendação é ficar fora do fluxo, de acordo com a pesquisa.

Nuvem de gotículas

Os resultados do teste aparecem como nuvens de gotículas deixadas para trás por uma pessoa. “As pessoas que espirram ou tossem espalham gotas com uma força maior, mas também as que respiram deixam partículas para trás”, diz o estudo.

O resultado da pesquisa mostra que essas nuvens criam a maior chance de contaminação, mas também caem mais rapidamente. “Mas, ao atravessar essa nuvem, eles ainda podem pousar em sua roupa”, de acordo com o professor Bert Blocken.

Pelo estudo, o melhor é ficar na diagonal e a pelo menos 4m ou 5m da pessoa que está à frente. Os cientistas também aconselham que no caso de ciclistas em velocidade mais alta, a distância deve subir para 20m.

Aviso semelhante em BH

A situação já havia sido alertada pelo infectologista e integrante do Comitê de Combate à Pandemia de Coronavírus da Prefeitura de Belo Horizonte, Carlos Starling. Segundo ele, o melhor é ficar em casa e, no caso de de sair, tomar o máximo de cuidado.

“Nós estamos vendo uma pressão das pessoas querendo usar as praças, para correr, pedalar, etc. Tem trabalhos científicos sobre isso, que mostram que pessoas correndo em um determinado espaço, em uma praça por exemplo, se elas ficam em um distanciamento social de 2m, que nós usamos no nosso convívio, não é suficiente pra quem está correndo. Tosse, espirra, elimina suor, respira de forma ofegante, você elimina  muito mais perdigoto (gotículas contaminadas) para quem está atrás de você ou do seu lado”, explicou ao destacar a impossibilidade de manter a distância necessária se os locais estiverem cheios.


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