A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), responsável pelo Hospital de Pronto- Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, divulgou nota nesta tarde de sexta-feira (10) detalhando protocolo de atendimento de casos suspeitos de COVID-19 na rede e afirmando não haver sobrecarga associada à pandemia do novo coronavírus na unidade de saúde da capital. A manifestação ocorreu após publicação de relato de profissional de saúde que descreveu a rotina de trabalho como intensivista na instituição.
A nota sustenta não haver até o momento “nenhum paciente internado no João XXIII com suspeita de COVID-19, e que o Hospital Eduardo de Menezes é a unidade da rede responsável pelo acolhimento exclusivo de pacientes com suspeita ou confirmação de infecção”, para a qual são transferidas pessoas que eventualmente deem entrada no HPS com quadro respiratório grave.
A fundação acrescenta no texto que os profissionais da rede que trabalham no enfrentamento da pandemia são constantemente treinados, inclusive na paramentação e retirada de equipamentos de proteção individual. De acordo com a Fhemig, atualmente há 14 leitos de CTI disponíveis no maior hospital de urgência e emergência da capital.
Sobre relatos da rotina no hospital, a nota informa que as unidades da rede contam com equipe de psicólogos devidamente preparados para atender aos profissionais que trabalham no enfrentamento à pandemia. “A Fhemig assume o seu compromisso e a sua importância no enfrentamento à COVID-19 e não tem medido esforços para que as unidades estejam preparadas para o acolhimento dos possíveis casos suspeitos da doença”, informa o texto.
Em reportagem a partir de relatos de intensivista da unidade, o Estado de Minas descreveu o socorro a uma mulher que teve primeiro atendimento na unidade com quadro de complicações respiratórias, sendo depois transferida ao hospital de referência para o caso, onde, segundo a descrição, faleceu.
Reproduziu ainda a descrição da rotina intensa de trabalho dos intensivistas, incluindo a paramentação com equipamentos de proteção individual, minuciosa e demorada, em especial no atual momento, para garantir a segurança de pacientes e profissionais. Relatou ainda que há leitos de UTI mobilizados para o surto de coronavírus, “embora ainda não haja casos confirmados da doença no hospital”, em consonância com o que faz questão de destacar o texto da Fundação Hospitalar de Minas Gerais.
A intensivista comenta ainda sobre a preocupação dos profissionais de saúde, de forma geral, diante do quadro atual. Mas faz questão de destacar que “o João XXIII disponibiliza psicólogos para o suporte emocional dos profissionais”, como também informa o texto da Fhemig. Em momento algum, ao contrário do que sugere a nota da fundação, porém, o relato da profissional ou a reportagem produzida a partir dele indica haver “superlotação com casos de COVID-19” no Hospital João XXIII.