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Estado de Minas CORONAVÍRUS EM MINAS

Ouro Preto revela planos para diminuir prejuízos da Semana Santa sem turistas

Zaqueu Astoni, secretário de Cultura, projeta ações para minimizar impactos da pandemia de coronavírus


12/04/2020 19:13 - atualizado 12/04/2020 20:22

Lenadro Couri/EM/D. A. Press(foto: A pandemia de coronavírus causou uma cena raríssima: a Praça Tiradentes praticamente vazia)
Lenadro Couri/EM/D. A. Press (foto: A pandemia de coronavírus causou uma cena raríssima: a Praça Tiradentes praticamente vazia)
A cidade histórica de Ouro Preto viveu neste ano uma Semana Santa totalmente atípica, sem a presença de turistas e sem as tradicionais celebrações religiosas que costumam lotar suas ruas. A pandemia da COVID-19 fez com que a cidade enfrentasse uma realidade totalmente diferente, com suas ladeiras totalmente vazias.

Apesar da importância das medidas de isolamento social, que tem por foco frear a disseminação do coronavírus, o resultado para os comerciantes e demais trabalhadores que vivem da exploração do turismo e da cultura é preocupante.

Como tentativa de minimizar os prejuízos financeiros e visando à retomada do turismo cultural e religioso ao fim da pandemia, o secretário municipal de Cultura e Patrimônio, Zaqueu Astoni, planeja ações para atrair novamente os turistas após fim da pandemia.

Ver galeria . 16 Fotos A enfermeira Natália Costa é uma das responsáveis pela montagem do hospital de campanha de Ouro PretoLeandro Couri/EM/D. A. Press
A enfermeira Natália Costa é uma das responsáveis pela montagem do hospital de campanha de Ouro Preto (foto: Leandro Couri/EM/D. A. Press )

“Fizemos uma campanha para que as pessoas visitem Ouro Preto depois de passada a pandemia e não cancelem os pacotes. Como uma forma de retomada do nosso turismo cultural. O desafio será, além da manutenção da segurança da população de Ouro Preto, que eu destaco aqui o hospital de campanha, a retomada da atividade econômica ligada à cultura, turismo e patrimônio”, afirmou o secretário em entrevista ao Estado de Minas.

A reportagem conversou com vendedores de artigos de artesanato no centro de Ouro Preto, que revelaram que costumavam vender até R$15 mil durante a Semana Santa. Neste ano, com as lojas fechadas, o prejuízo é inevitável, considerando que vários têm despesas com e aluguéis que giram em torno de R$ 7mil, além do salário dos funcionários.

Ver galeria . 16 Fotos Por causa da pandemia de COVID-19, as ruas de Ouro Preto ficaram vazias nesta Semana SantaLeandro Couri/EM/D. A. Press
Por causa da pandemia de COVID-19, as ruas de Ouro Preto ficaram vazias nesta Semana Santa (foto: Leandro Couri/EM/D. A. Press )

Eventos grandiosos

Ouro Preto foi declarada patrimônio cultural da humanidade em 1980 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Além da comemoração dos 40 anos desse título, o município prepara outros eventos relevantes.

“Temos diversos eventos alinhavados. Um evento grandioso que será feito em parceria com a Funarte, alusivo aos 40 anos do título de patrimônio mundial concedido a Ouro Preto pela Unesco. Primeira e única cidade do Brasil que tem o conjunto classificado como “cidade histórica” e não só o “centro histórico”. Teremos também os 250 anos da Casa da Ópera, 300 anos da sedição de Vila Rica e aos 300 anos de Minas Gerais”, projeta Zaqueu.
 
Ainda segundo o secretário, atividades econômicas ligadas ao turismo, à cultura e à educação empregam mais pessoas atualmente em Ouro Preto do que a mineração. Entretanto, Zaqueu afirma que, no momento, o foco são as ações voltadas para a saúde da população.

“Nada mais correto que os gestores tenham a preocupação da retomada do fluxo turístico e cultural da cidade pós-pandemia. Porém, hoje o foco é a salvaguarda da vida humana. Toda atenção está voltada para isso. Para a preservação do nosso conjunto, mas primando pela preservação da vida humana”, disse.

Apreensão e tristeza

Zaqueu tem forte ligação com a cidade histórica. Antes de assumir o cargo de secretário se graduou em direito pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e conhece bem as ruas e ladeiras do município.

Ele revela o sentimento de angústia com o fato de ver a cidade vazia durante um momento importante, mas entende que a medida é necessária para a preservação do bem estar dos moradores.

“Para nós, gestores, o momento é de muita apreensão e tristeza. Estamos acostumados com a Semana Santa de Ouro Preto, que é uma das principais do mundo. O jornal The Guardian, da Inglaterra, no ano passado colocou a Semana Santa de Ouro Preto como uma das dez mais importantes do mundo. É um período de muita beleza, emoção, fé e movimentação ligada ao turismo religioso e cultural. A cidade fica lotada, restaurantes, hotéis. É muito triste estarmos passando por isso, mas nossa preocupação hoje é com a vida humana e a segurança de toda a população”, reforça.


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