A partir desta segunda-feira, 61 famílias que vivem na comunidade de Antônio Pereira, em Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais, serão retiradas de suas casas por medida de segurança. No início deste mês, a Vale elevou o nível de emergência da Barragem Doutor, da Mina de Timbopeba, que está em processo de descaracterização.
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Ao todo, devem deixar o local 235 pessoas, sendo 28 idosos, e também 211 animais que vivem na área. “As famílias terão casas alugadas com pagamento de água, luz e IPTU pela Vale, doação de R$ 5 mil por núcleo familiar, transporte para as crianças e trabalhadores que tiverem sua mobilidade alterada em função da mudança”, explicou Flávio Godinho.
Antônio Pereira fica a 40 quilômetros de Ouro Preto. Segundo a Vale, a Barragem Doutor, ao lado da comunidade, não recebe rejeitos de mineração desde março do ano passado. No fim de agosto, a estrutura foi reclassificada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) quanto ao método construtivo, a montante. A Vale informou que fez a opção por desativar imediatamente a estrutura e realizar a sua descaracterização.
O método de alteamento a montante é o mesmo associado às duas tragédias recentes da mineração. Em novembro de 2015, o rompimento de uma estrutura da Samarco em Mariana matou 19 pessoas e casou destruição na Bacia do Rio Doce. Já em janeiro do ano passado, foi uma barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, que se rompeu em Brumadinho, na Grande BH. Mais de 200 pessoas morreram. (Com Agência Brasil)