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Estado de Minas

Defesa Civil vai retirar 61 famílias de área de barragem em Ouro Preto

Barragem Doutor, da Vale, está em processo de descaracterização. Parte das famílias já havia saído em fevereiro, mas no início deste mês houve elevação no nível do plano de emergência


13/04/2020 07:56 - atualizado 13/04/2020 14:40

Mapa da Defesa Civil mostra área de inundação em caso de rompimento da barragem(foto: Defesa Civil de Minas Gerais/Divulgação)
Mapa da Defesa Civil mostra área de inundação em caso de rompimento da barragem (foto: Defesa Civil de Minas Gerais/Divulgação)


A partir desta segunda-feira, 61 famílias que vivem na comunidade de Antônio Pereira, em Ouro Preto, Região Central de Minas Gerais, serão retiradas de suas casas por medida de segurança. No início deste mês, a Vale elevou o nível de emergência da Barragem Doutor, da Mina de Timbopeba, que está em processo de descaracterização.

Segundo o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil de Minas Gerais, em fevereiro, as autoridades já haviam evacuado 14 famílias da região para o início dos trabalhos. Até então, a barragem estava no nível 1 para risco de rompimento. A mudança para a classificação 2 exige mais atenção. “Todas as famílias que estão na área serão retiradas até 30 de abril”, explicou o tenente-coronel.

Ele ressalta que, em função do isolamento social para prevenção da COVID-19, doença transmitida pelo novo coronavírus, a equipe responsável pela retirada das famílias vai usar máscaras, luvas e outros equipamentos de proteção individual. Ainda diante das medidas de segurança exigidas pela pandemia, as famílias serão retiradas aos poucos e de forma coordenada. 

Ao todo, devem deixar o local 235 pessoas, sendo 28 idosos, e também 211 animais que vivem na área. “As famílias terão casas alugadas com pagamento de água, luz e IPTU pela Vale, doação de R$ 5 mil por núcleo familiar, transporte para as crianças e trabalhadores que tiverem sua mobilidade alterada em função da mudança”, explicou Flávio Godinho. 



Antônio Pereira fica a 40 quilômetros de Ouro Preto. Segundo a Vale, a Barragem Doutor, ao lado da comunidade, não recebe rejeitos de mineração desde março do ano passado. No fim de agosto, a estrutura foi reclassificada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) quanto ao método construtivo, a montante. A Vale informou que fez a opção por desativar imediatamente a estrutura e realizar a sua descaracterização.

O método de alteamento a montante é o mesmo associado às duas tragédias recentes da mineração. Em novembro de 2015, o rompimento de uma estrutura da Samarco em Mariana matou 19 pessoas e casou destruição na Bacia do Rio Doce. Já em janeiro do ano passado, foi uma barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, que se rompeu em Brumadinho, na Grande BH. Mais de 200 pessoas morreram.  (Com Agência Brasil)


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